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RIO GRANDE DO SUL | Em assembleia lotada trabalhadores da educação do RS decidem pela paralisação contra os ajustes e o corte salarial

No dia 18, na maior assembleia da categoria desde 1997 no governo Britto do PMDB, cerca de 10 mil trabalhadores decidiram os rumos da luta que vem tomando conta das escolas desde o último dia 31, quando o governador cortou o salário dos trabalhadores do Estado.

quarta-feira 19 de agosto de 2015 | 00:11

Desde a medida do governador, os professores e professoras estão trabalhando com períodos reduzidos e promovendo diversas manifestações nas escolas de todas as cidades do RS. Hoje a assembleia decidiu pela paralisação de 3 dias, unificada com o conjuntos dos servidores do Estado, pela continuidade das mobilizações nas nossas comunidades escolares e nova paralisação em 31, 01, 02 e 03 de setembro.

Em fevereiro o Governo criou o clima de pânico com ameaças de não pagar o salário inteiro. Na metade do mês e julho aprova na Assembleia Legislativa, próximo às 23h, a Lei de Diretrizes Orçamentárias que congela os salários até 2017. Para a mesma Assembleia, que garantiu o corte salarial, o governo mandou pacote que ataca direitos históricos, plano de saúde e aposentadoria.

Não satisfeito, no final do mesmo mês, após constantes ameaças, o Governo pagou R$ 2.150,00 do salário, nada mais. Os servidores só souberam quanto receberiam ao ir ao banco, somente próximo do fim da manhã um secretário fez um pronunciamento sobre o assunto, nesta hora milhares de trabalhadores passavam a ter dividas no banco. 57,2% dos servidores foram atingidos.

Os trabalhadores em educação do Estado somam 150 mil, cerca de 60 mil trabalhadores foram atingidos, ou seja, 60 mil famílias atingidas.

Duas propostas polarizaram o debate na Assembleia

De um lado a direção do CPERS sindicato (apoiadores de Dilma) que propunham três dias de paralisação, se passou como a única possibilidade de garantir a unidade dos servidores. Do outro o conjunto das organizações de oposição que propuseram greve por tempo indeterminado, tratavam de deixar claro que tinham total acordo com a “greve unificada".

Massivamente os trabalhadores apostaram suas fichas em uma paralisação de três dias. A proposta aprovada na assembleia fortalece a greve da Polícia Militar, que é quem incomoda o Governo, como demonstrado com o pânico gerado com sua paralisação no início do mês.

Se a próxima tática do Governo for dividir e conquistar o primeiro setor a ganhar será a polícia. Infelizmente, os colegas não se deram conta, que quem desmanchará essa unidade serão os cassetetes dos PMs e não uma greve por tempo indeterminado.

Parece que o resultado da assembleia dos educadores não incomodará o governo. O certo é que existem elementos que podem ocorrer mudando as condições atuais. Não podemos esquecer que o governo já afirmou que não terá dinheiro para os próximos três meses e que só receberemos R$ 1.000,00 no fim deste mês, se o Governo cumprir a indignação da categoria vai aumentar.

No momento, recebemos a notícia do corte do ponto, mas vamos trabalhar para aprofundar a mobilização na categoria e responder à altura os ataques contra a educação pública do Estado.

Foto: Fernando Gomes / Agencia RBS




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