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LEVY EM NOVA IORQUE | Em Nova Iorque, Levy defende ajustes diante de potenciais investidores

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, defendeu nesta segunda-feira em Nova York a importância dos ajustes econômicos e disse que o país está em um bom caminho.

segunda-feira 20 de abril de 2015 | 22:11

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, defendeu nesta segunda-feira em Nova York a importância dos ajustes econômicos e disse que o país está em um bom caminho.

Levy destacou o apoio que as medidas encontraram no Congresso e assegurou que "as pessoas entendem que isto é essencial para pôr o Brasil em um novo caminho de crescimento".

O ministro expressou confiança de que o país conseguirá seu objetivo de atingir um superávit primário do 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB).

Levy, que participou de um fórum econômico organizado pela Bloomberg, considerou positivo que estas políticas sejam objeto de um debate profundo para que o produto final seja "realmente sólido", e minimizou a importância dos protestos nas ruas.

Segundo Levy, as manifestações simplesmente demonstram a liberdade de expressão que existe no Brasil, algo que considerou "muito saudável".

"O que o povo quer de verdade é um bom governo, não necessariamente mais despesas", opinou.

Além disso, o ministro defendeu a necessidade de perseverar no caminho decidido pelo governo e destacou o apoio dos empresários às reformas que estão sendo feitas.

Em relação à inflação, que segundo as últimas expectativas ficará claramente acima do teto limite de 6,5%, Levy defendeu a manutenção da "vigilância" para conter a alta dos preços, que, segundo disse, está prejudicando classes mais pobres e empresas.

O ministro se referiu ainda às consequências da operação Lava-Jato, e reconheceu que podem afetar a confiança dos investidores. No entanto, mostrou-se convencido de que os problemas serão superados.

Levy afirmou ainda que a apresentação dos resultados auditados de 2014 da Petrobras, que está prevista para esta semana, representará "outro passo na reconstrução da Petrobras". Ressaltou também que as pessoas que cometeram irregularidades foram presas e que está sendo realizada uma profunda mudança na forma como a empresa é administrada.

Em meio a crise econômica que atinge em cheio o país, a viagem de Levy, assim como a de Michel Temer à Espanha, revela certo desespero do governo em tentar atrair investimentos estrangeiros, tendo em vista a dificuldade em fazer frente à dívida denominada em dólares diante da valorização da moeda norteamericana (a Petrobrás, por exemplo, tem 40% de sua dívida em dólares; a Vale, 60%). Para conseguir vantagens, o ministro da Fazenda do governo Dilma sinaliza aos empresários imperialistas que a retirada de direitos dos trabalhadores brasileiros e os cortes orçamentários estão avançando, os tranquilizando de que lhes estarão garantidas altas taxas de lucro ao investirem por aqui.

Levy é a cara do petismo do Lula e Dilma: apesar de se dizerem "contra a ampliação da terceirização" (pela boca da CUT, que aceita implicitamente a terceirização brutal que de 2004 a 2012 triplicou o número de trabalhadores precários, para 12,7 milhões) usam o trabalhador precarizado no Brasil como isca para atrair investimentos. Para quem se dizia "governo progressista" com o discurso de autonomia frente ao imperialismo, o governo do PT vai comercializar o couro dos trabalhadores brasileiros aos abutres ianques.

No entanto, o ministro oculta que há um descontentamento cada vez maior entre os trabalhadores em relação aos ajustes e, principalmente, contra o PL 4330 – projeto que propõe aumentar a terceirização. Descontentamento que ficou claro durante as ações em 15 de abril, e que só não se expressa de maneira mais forte devido ao controle da burocracia sindical – tanto a governista da CUT e CTB, quanto de oposição pela direita da Força Sindical.




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