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DENÚNCIA | Em Minas Gerais, trabalhador quer parar dia 28 e sindicato diz que "é cada um por si"

O Esquerda Diário recebeu uma denúncia anônima de um trabalhador de um supermercado da região metropolitana de Belo Horizonte, que conta que em seu local de trabalho há um forte desejo de adesão à paralisação do dia 28, porém seu sindicato, o Sindicato dos Empregados no Comércio de Belo Horizonte e Região Metropolitana (SECBHRM, filiado à UGT), apenas informou que quem parar terá o salário descontado. Reproduzimos a denúncia completa abaixo:

quarta-feira 26 de abril de 2017 | Edição do dia

"Eu trabalho em um supermercado na região metropolitana de Belo Horizonte e, nas últimas semanas, o assunto entre os funcionários tem sido a greve geral do dia 28 de abril. Mas tem muitas dúvidas, porque o sindicato não foi na empresa conversar com ninguém, e todos querem saber como vai funcionar a mobilização, como faz para aderir à paralisação. Aí eu liguei no sindicato pra saber mais, saber qual ta sendo a mobilização que eles estão fazendo. O homem que me atendeu me informou que o sindicato aderiu à greve e que vai sair em marcha da porta do sindicato na sexta, e ir de encontro a manifestação que ta sendo convocada. Mas que o trabalhador privado que paralisar, vai ser por conta própria, ou seja, o sindicato não vai zelar por ele. Quer dizer, um trabalhador de supermercado que parar nesse dia vai ter seu salário descontado.

Isso mostra como que, na realidade, os sindicatos não estão mobilizando desde a base, não tão organizando comitês pra organizar a luta, não estão indo nos supermercados nem nos postos de serviços pra saber como anda a movimentação, qual é o sentimento dos trabalhadores em relação à paralisação, qual ta sendo a postura em relação às reformas e ataques do Temer e também do próprio governo dele em si. Mostra como tem uma desmobilização ainda muito grande por responsabilidade do sindicato, porque o trabalhador quer parar, mas como um pai de família, que tem filhos e casa pra sustentar, vai parar e depois ter seu dia descontado? Então, segundo o moço do sindicato que me atendeu, somente o trabalhador público tem direito à greve assegurado, o privado não.

Esse sindicato é ainda muito pelego, não ta mobilizando desde a base, não ta colocando a galera pra participar da manifestação. Quando eu passei essa informação pros meus companheiros de serviço, eles falaram que isso não é novidade nenhuma, porque o sindicato nunca mobilizou pra nada, nem contra os ataques da própria empresa, nem contra os ataques do governo.

Esse é o sentimento que fica, é de revolta da classe trabalhadora que quer paralisar, mas não pode porque o próprio sindicato abandona e diz que não pode defender os trabalhadores. Na visão deles, é cada um por si."

Desde o Esquerda Diário, viemos no último mês denunciando a trégua das centrais sindicais ao governo golpista, e exigindo que se construísse a paralisação do próximo dia 28, que pode ser a maior das última décadas, desde as bases, em cada local de trabalho, mobilizando os trabalhadores para fazer uma efetiva greve geral. Seguimos exigindo das direções sindicais que convoquem a continuidade de um plano de luta logo após o dia 28, que seja combativo e efetivo, que coordene novas e mais fortes paralisações, jornadas nacionais, cortes de rua, piquetes e que preparem uma verdadeira greve geral, que vá muito além da paralisação de um dia, que seja mantida até derrubar Temer e cada um dos seus ataques.




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