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GOVERNO BOLSONARO | Eduardo Bolsonaro chama Venezuela de “escória” e reafirma política golpista dos EUA

Nesta quinta, 14, Eduardo Bolsonaro foi eleito presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara. Em seu discurso de posse chamou Cuba e Venezuela de “escória da humanidade” e disse que uma das prioridades da Comissão será a crise na Venezuela. Esbanjando seu seguidismo às políticas de Trump, Eduardo enfatizou o apoio brasileiro e dos governos direitistas da região às medidas ofensivas dos EUA que estão intensificando a crise no país e ressaltou, também, que buscará estreitar alianças com os EUA em assuntos comerciais e de segurança.

sexta-feira 15 de março de 2019 | Edição do dia

Um acordo político entre os partidos entregou a presidência da Comissão de Relações Exteriores da Câmara ao PSL. Como candidato único, Eduardo Bolsonaro foi eleito com 25 votos favoráveis e 8 abstenções, sendo que a vice-presidência ficará com Philippe Orleans e Bragança, um retrógrado defensor da colonização. Com o cargo Eduardo conseguirá se localizar melhor diante das críticas recebidas de que ele esteve junto a Jair Bolsonaro em suas viagens internacionais sem ter qualquer justificativa oficial em relação a essas atividades. Assume então como uma extensão das políticas que o governo leva com Ernesto Araújo à frente do Itamaraty.

Tratando como uma prioridade a crise na Venezuela, Eduardo Bolsonaro quer remarcar que fará o que estiver a seu alcance para fortalecer as intenções golpistas de Trump e seus falcões para aumentar ainda mais a situação de calamidade da população. Isso significa seguir investindo na falsa preocupação humanitária, que em contrapartida teve como principal medida dos EUA e governos direitistas da região aumentar as sanções econômicas contra a principal empresa da economia nacional venezuelana, a Petróleos de Venezuela SA (PDVSA), que se soma a enorme fuga de capitais e hiperinflação que promovem um verdadeiro caos econômico no país e afeta diretamente as condições de vida da população.

A situação da Venezuela é de extrema importância, pois se trata de uma intervenção imperialista escancarada que busca reforçar a influência norte-americana na América Latina com medidas abertamente golpistas e ameaças autoritárias. O apoio de Trump ao auto-proclamado presidente interino Juan Guaidó e a busca de dividir em seu favor as Forças Armadas da Venezuela é o meio que usam para tornar possível essa inflexão política e econômica. Guaidó é um representante legítimo da direita pró-imperialista da região, junto a Bolsonaro e os presidentes argentino Macri, colombiano Duque, chileno Piñera e outros.

É preciso denunciar e combater essa ofensiva golpista do imperialismo norte-americano sem dar qualquer apoio político ao governo de Nicolás Maduro, um fruto das políticas chavistas que manteve a economia rentista do petróleo, subserviente ao grande capital e que tem escalado suas ações repressivas contra os trabalhadores. Há anos, já em meio ao avanço da crise no país, esse governo priorizou o pagamento de trilhões de dólares à dívida externa, enquanto a situação dos trabalhadores e da população é de miséria e migração massiva em busca da sobrevivência.

É necessária uma ampla solidariedade internacional e o fortalecimento desses trabalhadores que são os únicos que poderão dar uma saída profunda a toda essa situação, tomando em suas mãos, através de seus organismos operários e populares um plano de emergência levado a cabo por uma assembleia nacional que seja livre da repressão e manipulação autoritária do Estado e seus políticos, mas também soberana com relação ao imperialismo que quer ver sangrar mais ainda os trabalhadores e aplicar seus duros ajustes.

Em relação à política de segurança que Eduardo Bolsonaro afirmou ser um assunto comum e a ser mais estreitado com os EUA, fica claro que é parte de suas iniciativas junto ao governador do Rio, Witzel, de ir à Israel buscar drones para matar com precisão nos morros e favelas, assim como do pacote de Moro para dar liberdade irrestrita para que os militares aumentem os assassinatos e saiam impunes.

É preciso fortalecer uma perspectiva anti-imperialista e anticapitalista para enfrentar os planos de governo reacionários da família Bolsonaro, que além de apoiar o que há de mais retrógrado para atacar os trabalhadores estrangeiros também tem uma série de medidas internas para impor o governo explorador e opressor dos capitalistas, com a Reforma da Previdência à cabeça dessa investida.




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