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Brasil em crise | Economia está a 4 meses em queda e indicador do BC mostra retração do PIB de 0,4% em outubro

Segundo o Banco Central, o nível de atividade da economia brasileira iniciou o quarto trimestre em queda. O Brasil está a quatro meses passando por contração econômica. O IBC-Br, que é considerado uma prévia do PIB, mostrou um recuo de 0,40% em outubro, na comparação com o mês anterior. Quem paga a conta da crise é sempre a classe trabalhadora, por isso nós do Esquerda Diário também defendemos aqui uma série de medidas para golpear a crise imposta pelos capitalistas.

quarta-feira 15 de dezembro de 2021 | Edição do dia

Imagem: Getty Images

As informações foram divulgadas nesta quarta-feira (15) pelo Banco Central, principal instituição de funcionamento econômico nacional.

Segundo a instituição, o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) mostrou um recuo de 0,40% em outubro, na comparação com o mês anterior. O número foi calculado após ajuste sazonal, que é como se fosse uma espécie de "compensação" para comparar períodos diferentes. O IBC-Br é considerado uma prévia Produto Interno Bruto (PIB).

Medir e comparar o PIB em cada período é importante porque ele é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e o que possibilita a economia gerar riqueza e renda. No terceiro trimestre deste ano, a economia registrou contração de 0,1%, dando início a um período de recessão técnica.

O Banco Central informou que, na comparação com outubro do ano passado, o indicador do nível de atividade da instituição teve queda de 1,48%.

Com a queda em outubro deste ano, o índice de atividade do Banco Central atingiu 136,87 pontos, sendo o menor patamar desde setembro do ano passado, quando estava em 135,95 pontos.

Segundo economistas, o indicador do nível de atividade é divulgado em meio à desaceleração da economia, fruto da alta da inflação e da taxa básica de juros da economia, que atingiu recentemente 9,25%, sendo o maior patamar em mais de quatro anos.

O IBC-Br do Banco Central é um indicador criado para tentar antecipar o resultado do PIB, no entanto os resultados nem sempre mostraram proximidade com os dados oficiais divulgados pelo IBGE, pois o cálculo dos dois é um pouco diferente. O indicador do BC incorpora estimativas para a agropecuária, a indústria e o setor de serviços, além dos impostos, mas não considera o lado da demanda (incorporado no cálculo do PIB do IBGE).

O BC se utiliza do IBC-Br como uma das ferramentas para definir a taxa básica de juros do país.

No mês atual de dezembro que estamos passando, a taxa atingiu 9,25% ao ano, o maior nível em mais de quatro anos, para conter a alta de preços. Os analistas das instituições financeiras estimam que a taxa subirá mais nos próximos meses, atingindo 11,50% no fim de 2022.

Diante dessa situação, quem sempre paga a conta é a classe trabalhadora e o povo pobre, que amarga no desemprego, na fome e na miséria.

Por isso, nós do Esquerda Diário acreditamos que somente com a luta de classes podemos impor demandas urgentes, como um auxílio emergencial de ao menos um salário mínimo e a derrubada de todos os aumentos feitos na pandemia (luz, água, gás, gasolina e transporte), congelando os preços nos valores anteriores à crise sanitária. Mas precisamos lutar por uma saída de fundo para os problemas do país. Isso passa por colocar pra fora Bolsonaro e Mourão, mas combinado com uma luta emergencial contra o desemprego e os salários de miséria.

Reajuste salarial mensal igual à inflação!

Se tudo aumenta mensalmente, então tem que aumentar os salários! Estamos num recorde da inflação, destruindo nosso poder de compra que já era baixo, mesmo quando deixamos nosso suor, sangue e vida nas fábricas, comércios e em cada local de trabalho, onde somos cada vez mais super-explorados. Não adianta mais fazer campanha salarial a cada ano para repor o poder de compra do salário, porque a inflação rouba todo aumento anual no mês seguinte. Precisamos de uma campanha unificada de todos os sindicatos nacionalmente para impor o reajuste automático dos salários a cada mês de acordo com o aumento do custo de vida.

Emprego com plenos direitos para todos!

Não podemos naturalizar a precarização, a terceirização e a "uberização" do trabalho. Precisamos unir nossa classe, empregados e desempregados, em defesa deste direito mínimo que é o emprego com plenos direitos para todos.

Nas empresas que tiveram que baixar a produção, não podemos aceitar que haja demissões. As horas de trabalho devem ser divididas entre todos os trabalhadores, sem redução salarial. Mas nossa perspectiva deve ser resolver o problema do desemprego em toda a sociedade, dividindo as horas de trabalho de todo país entre empregados e desempregados, começando pela redução para jornada de 6h, 5 dias na semana.

Para gerar empregos, é preciso um enorme investimento estatal em um grande plano de obras públicas para vários anos. Um plano controlado pelos trabalhadores, ligado a uma verdadeira reforma urbana, garantindo moradias, saneamento básico, transporte público rápido, hospitais, escolas, tudo o que é necessário para uma vida digna.

Esse conjunto de medidas, elementares e ao mesmo tempo que golpeiam a sede de lucro dos empresários, está orientada a fazer com que os capitalistas paguem pela crise. É preciso unificar os trabalhadores em uma frente comum de combate contra o conjunto da classe dominante, o que só pode ser feito batalhando por recuperar nossos sindicatos das mãos das burocracias. O combate ao conjunto do regime político que impõe fome e desemprego segundo os interesses dos capitalistas é fundamental. Por isso levantamos a imposição pela luta de uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana, que incremente o choque político entre as classes e abra caminho à perspectiva da batalha por um governo dos trabalhadores de ruptura com o capitalismo.

Editorial MRT: 5 lições de 2021 para um novo ano de luta e resistência da nossa classe




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