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SÃO PAULO | LEITOS | Dos novos leitos criados em SP, 60% já estão ocupados por pacientes do novo coronavírus

segunda-feira 13 de abril de 2020 | Edição do dia

São Paulo é o “epicentro” do novo coronavírus no Brasil. No estado se concentram a maior parte dos casos confirmados e dos mortos pelo vírus. E a quantidade de confirmados, apesar da imensa subnotificação - que vale dizer, é feita de forma consciente pelo governo Doria e pelas prefeituras - os casos crescem, e com eles, cresce a ocupação de leitos.

Dos leitos de baixa e média complexidade, dentre os quais estão os de hospitais de campanha montados pelo governo, como no estádio do Pacaembu, já se atingiu 60% de ocupação. Isso logo após uma semana que teve um aumento de confirmados no país que praticamente dobrou as estatísticas. Em SP foram criados 1.662 leitos dessas categorias, incluso os hospitais de campanha. Um número ainda muito baixo de leitos frente a necessidade que se cria a cada dia de avanço da pandemia, que ainda não atingiu seu pico.

Doria e Covas fazem diariamente uma política demagógica, e bastante “malandra”, tentando se diferenciar do negacionismo sem escrúpulos de Bolsonaro e se pintando de “razoáveis” e preocupados com a vida. Mas o próprio Doria, e também Covas, assumiram uma política de subnotificação clara e consciente, com uma orientação nas Secretarias de Saúde, de notificar apenas os casos graves e casos identificados em profissionais da saúde.

A subnotificação “ajuda” Doria, ameniza a imagem do problema de forma superficial, enquanto se desenha a falta de leitos do SUS no estado, e começam a acabar os leitos dos hospitais de campanha - estes que são necessários, mas completamente insuficientes frente ao que os governos deveriam tomar como medidas.

Enquanto isso, os governos deixam “intocados” os grande monopólios da saúde, e os hospitais privados, em nome de seus lucros. E deixam a população à mercê da falta de testes, com pessoas morrendo sem saber se estavam ou não com o vírus - são cerca de 700 pessoas que morreram com suspeita que aguardam o teste, segundo o secretário municipal de saúde de SP, isso sem contar os que já tiveram resultados positivos apenas depois de falecer.

Em diversos estados do país a conta começa a apertar, e a cada dia que passa, a falta de testagem massiva na população, para identificar o vírus, isolar aqueles que podem ficar em suas casas, e identificar os que precisarão de tratamento em leitos de enfermagem ou em leitos de UTI, cobra um preço mais caro. E a ausência de uma política capaz de atender às necessidades do SUS e da população pobre e trabalhadora, também cobra um preço mais caro. Esse preço é um que Doria e Covas, apesar das diferenças com Bolsonaro em seu discurso sobre o isolamento, estão dispostos a pagar para salvar os capitalista. O preço que se pagará é a vida da classe trabalhadora, e de milhões de pessoas.

Por isso é necessário exigir dos governos que, em primeiro lugar, acabemos com as mentiras do governo sobre testes massivos. São promessas, semana após semana, que nunca se realizam, e se mantém a subnotificação. Precisamos de testes massivos para a população.

Junto com isso, é preciso exigir estatização de todo o aparato dos hospitais privados, seus leitos, equipamentos e estrutura, os colocando a disposição do SUS, para que toda a população que necessite possa contar com eles. Mesmo assim, a falta de leitos frente a demanda que se avizinha pela pandemia, não seria suficiente. Por isso o governo poderia estar colocando a estrutura de diversos hotéis, hoje totalmente desocupados, na mão do SUS também, para criação de novos leitos, tanto de enfermagem quanto de UTI, estatizando estes hotéis para garantir a necessidade da população.




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