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DORIA | Doria não nos engana: quer créditos pela vacina, mas defende privatização do Instituto Butantan

Na última semana, Doria quis aparecer como salvador da pátria por ter adiantado a vacina dos professores do Estado de São Paulo. Parece ironia se pensarmos que é o mesmo governador que defende a privatização do Instituto Butantan e que fez os professores terem que ir presencialmente nas escolas em meio à fase vermelha.

quinta-feira 17 de junho de 2021 | Edição do dia

Já são mais de 490 mil mortes pela pandemia no Brasil fruto do absurdo negacionismo de Bolsonaro, Mourão e do conjunto do regime golpista. Doria, apesar de tentar aparecer como setor responsável contra o governo federal, é o culpado pelas mais de 120 mil mortes que ocorreram no Estado de São Paulo. Desde o início sua política durante a pandemia foi para atender os interesses dos empresários, reabrindo a economia mesmo nos momentos mais críticos, um exemplo disso foi ele ter autorizado que os professores retornassem presencialmente às escolas em plena fase vermelha em 2021.

Para além de sua negligência no combate à pandemia, Doria tenta se beneficiar do resultado das vacinas que são frutos de muito trabalho realizado pelos pesquisadores e trabalhadores da saúde, e se coloca como alguém que está ao lado da ciência e seus avanços para combater a doença. Isso não passa de uma grande mentira. Em 2019, Doria estava em Davos ao lado de nomes como Paulo Guedes para oferecer o Instituto Butantan a investidores internacionais. Sob o discurso de que o Butantan poderia ser o maior produtor de vacinas do mundo, o governador tentou vendê-lo para executivos da indústria farmacêutica Merck. Isso, é claro, ao lado de um plano de privatizações que incluía 20 aeroportos, 260 km de linhas de trem intercidades e metrô, novas concessões para expandir a rede estadual de estradas, dentre outras coisas.

Além disso, ele já anunciou vários ataques à saúde pública que, por amplo rechaço, recuaram. Exemplos disso são a ameaça de fechar o laboratório da Fundação Oncocentro de São Paulo (Fosp) em 2019, responsável por exames para detectar câncer, atendimento de pacientes e pesquisa em cancerologia; o corte de 30% no orçamento destinado para a Fundação para o Amparo à Pesquisa (Fapesp), maior agência brasileira de fomento à pesquisa científica; ou, mais recentemente, a primeira versão do PL 529, que incluía um pacote de privatizações, inclusive da Fundação para o Remédio Popular (Furp) e novamente o Oncocentro, que fabrica próteses e realiza pesquisas relacionadas a câncer.

Não podemos ter confiança no discurso e na política de Doria, pois sabemos que ele só adiantou a vacina para lotar as salas de aula o quanto antes, mesmo sem os professores terem a garantia da segunda dose. Assim como não devemos ter nenhuma confiança em Bolsonaro, no Congresso, no STF, e nos outros governadores que estão à serviço dos patrões para descarregar a crise nos trabalhadores. É necessário lutar para impor imediatamente um plano de vacinação que dê condições à imunização universal da população. Os sindicatos deveriam erguer uma forte campanha nacional pela quebra de parentes, como parte de preparar também os atos do dia 19 de junho. É necessário levantar um programa independente e dos trabalhadores de combate à crise sanitária.




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