Conversamos com Mari Mats, grafiteira, artista plástica e DJ, ela dá seu ponto de vista sobre a guerra ao grafite lançada pelo Prefeito João Dória.
terça-feira 24 de janeiro de 2017 | 20:22
O Esquerda Diário conversou com Mariana Mats sobre a política do Prefeito João Dória de ataque aos grafites.
Mariana, em primeiro lugar nos conte um pouco sobre seu trabalho.
Meu nome é Mariana Mats, sou artista plástica, grafiteira e DJ. Meu trabalho é bem colorido e ao mesmo tempo que bizarro ele é meigo também. O preto e o branco são marcas registradas presentes.
O grafite é considerado arte em todo mundo, já houve exposição na Bienal, em museus aqui no Brasil e no mundo, o que você opina dessa medida do Prefeito João Dória de apagar grafites e pixos?
Não apoio esta medida do Dória, ele não apenas está prejudicando a cidade como desvalorizando os trabalhos que foram feitos, eu não pintei na 23 de maio mas tenho diversos grafites espalhados pela cidade, já não sei mais se estão lá ainda.
Acho que a medida da Cidade Linda não foi nenhum pouco planejada, assim como quase tudo em SP é mal planejado, gostaria muito que ele cuidasse das áreas e de assuntos que merecem mais a atenção como educação, saúde e segurança que estão em extrema crise.
Dória pretende limitar o grafite a 8 locais onde poderia ocorrer, como você vê essa limitação que ele busca impor à livre expressão dessa forma de arte? O Secretário de Cultura também anunciou que vai abrir editais, o que você opina sobre isso?
Nossa, acho que isso vai limitar muito nossas possibilidades de se chegar em um muro até mesmo com autorização pois sinto que vai haver represália tão intensa da polícia em cima deste assunto que se eles pegarem alguém pintando de spray nas ruas é bem capaz de levar preso. Mas espero que não seja uma medida tão radical e limitada pois ainda pra ajudar acho que as mulheres não tem muito espaço no grafite e aí só piora a situação. O buraco é bem mais embaixo mesmo.
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