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VOLTA AS AULAS | Dória e Rossieli querem impor volta às aulas em meio a pandemia

Apesar da ampla resistências de professores, pais e alunos no Estado de São Paulo o secretário de educação Rossieli Soares pressiona pela volta as aulas já disse frases como “se possível, volto com escolas nem se for por um dia, diz secretário de SP” no melhor estilo “fi-lo porque qui-lo” que só mostra o autoritarismo presente nas gestões tucanas, de Dória, Covas e Rossieli que querem fazer alunos e professores voltarem às aulas mesmo com São Paulo sendo o Estado com mais mortos pelo Covid-19.

quinta-feira 27 de agosto de 2020 | Edição do dia

Rossieli Soares faz parte da burocracia que dirige a educação no Estado e não conhece de fato a situação dos professores e alunos nas escolas, nunca trabalhou no chão da escola, mas conseguiu autos cargos, foi secretário de educação do Amazonas, ministro da educação por oito meses do governo golpista de Temer, onde se gaba de ter concluído a tramitação da reforma do ensino médio, que retira saberes dos filhos de trabalhadores e abre espaço para a privatização, como mostramos aqui e aqui.
Mas, quais são os salários dessa burocracia, bem longe da realidade dos professores? Rossieli sozinho ganha R$ 20.743,72 da secretaria de educação, R$ 6.581,79 da Cosesp e R$ 6.581,49 da Companhia Paulista de Obras e Serviços chegando ao pomposo salário de R$ 33.907,00, são ganhos extras feitos por empresas estatais, para que o ocupante do cargo receba acima do teto de determinada função, os “super-salários” da burocracia”, mas esse ganho extra não fica só com o Rossieli, seu secretário executivo Haroldo Corrêa Rocha recebe R$ 14.729,09 da educação e R$ 6.581,79 da Companhia Paulista de Obras e Serviços e a chefe de gabinete Renilda Peres de Lima recebe R$ 13.322,78 da secretaria de educação e R$ 2.640,00 da Fundação Desenvolvimento da Educação (FDE).

Além de ser absurdo esses salários pagos à burocratas comparados à média salarial dos professores do estado de São Paulo que gira em torno de R$ 2 mil, também estão há vários anos sem reajustes, e ainda são cerca de 35 mil professores eventuais e categoria O que estão sem salário, e não podem receber o auxílio emergencial pois tem contrato aberto com o estado apesar não estarem recebendo.

Pesquisas apontam para uma taxa de contágio na sala de aula de mais de 40% entre professores e alunos. Querem a voltar as aulas e chamar os trabalhadores que estão de quarentena de “privilegiados” para esconder que a culpa das mais de 115 mortes pelo coronavírus e mais de 3,5 milhões de infectados é de Bolsonaro e dos governos, que levaram uma política irresponsável de combate a pandemia, sem testes massivos. E nesse período aproveitaram para atacar ainda mais a classe trabalhadora, com a MP 936 que cortava salários e empregos no meio da pandemia.

Esses burocratas educacionais que só estão pensando em seus bolsos não podem decidir a volta às aulas, somente pode decidir quem está no dia a dia da escola pública, professores, funcionários da escola, estudantes, pais e gestão escolar.

A rejeição de uma maioria de familiares e responsáveis pelas crianças e adolescentes, assim como de professores e trabalhadores das escolas, de voltar às aulas neste momento está embasada na realidade das escolas estaduais, onde a precariedade vai desde a estrutura física de muitas delas e vai até o trabalho dos professores, incluindo dezenas de milhares que são considerados temporários, mas sem os quais seria impossível funcionar a escola. Também os serviços fundamentais da escola, como limpeza, manutenção e alimentação estão nas mãos de trabalhadores precários e de maioria negra, que foram demitidos massivamente em plena pandemia.

Acreditar que será garantido condições sanitárias seguras em meio a essa realidade é difícil, justamente pela concepção de educação pública que o PSDB e seus capachos, como Rossieli, sustentam. Para eles, assim como faz Doria a nível de governo do Estado, está tudo bem que sejam os mais pobres, a população negra e os trabalhadores a pagarem com suas vidas pelos efeitos da pandemia. Querem simplesmente reproduzir as irresponsabilidades que estão tendo no Estado diretamente nas escolas, afinal essa é a mesma população que a escola pública atende.

Além de ser a base das escolas a decidirem sobre a volta às aulas ou não e o como, todos os professores sem salário tem que receber uma jornada básica de aula. Além de que defendemos que todos os professores eventuais e categoria O, sejam efetivados sem a necessidade de concurso público para suprir o quadro já deficitário nas escolas e conseguir atender todas as demandas dos alunos.




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