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CORONAVÍRUS | Doméstica morre com suspeita de coronavírus enquanto trabalhava para patrões em quarentena

Uma trabalhadora doméstica de 63 anos morreu na tarde dessa terça-feira dia 17 na cidade de Miguel Pereira, ao sul do Rio de Janeiro, com os sintomas do coronavírus. Esta senhora era obrigada a seguir trabalhando na casa de sua patroa mesmo esta tendo testado positivo para o Covid-19.

quarta-feira 18 de março de 2020 | Edição do dia

O laudo definitivo da causa da morte ainda está para sair, segundo nota da própria prefeitura, mas que a trabalhadora já apresentava sintomas avançados da doença. Já havíamos denunciado a situação dessa trabalhadora, caso que gerou enorme rechaço nas redes sociais.

"Mantendo a transparência e as informações para todos os cidadãos, a Prefeitura de Miguel Pereira informa que na data de hoje, infelizmente um paciente, do sexo feminino, com 63 anos, veio a óbito pelos sintomas do coronavírus.

A paciente, que trabalhava na capital do Rio de Janeiro, esteve em contato direto com sua empregadora, que chegou da Itália e testou positivo ao COVID-19. A mesma deu entrada no Hospital Municipal Luiz Gonzaga já em quadro grave, vindo diretamente de seu ambiente de trabalho para a unidade de saúde.

O laudo das autoridades sobre o caso sairá em 24 horas, onde constará maiores informações sobre a causa da morte.

Lamentamos e nos solidarizamos com a família e informamos que a Prefeitura Municipal e o Hospital Municipal Luiz Gonzaga estão tomando todas as medidas para o enfrentamento do novo coronavírus. É de extrema importância que neste momento, a população siga todos os critérios definidos pela Secretaria Municipal de Saúde e que fique atento a qualquer sintoma. Para maiores esclarecimentos, o cidadão pode entrar em contato com o Plantão de Enfrentamento da COVID-19 no telefone (24)2484-4223".

Este caso expõe mais uma vez a miséria do capitalismo que faz com essa crise sanitária esteja sendo paga pela pelos trabalhadores e em especial as mulheres negras. A trabalhadora não teve direito sequer de testar se estava contaminada e seguiu trabalhando por medo de perder o emprego e seu sustento.

Escancara mais uma vez que as medidas alardeadas pelos governos são totalmente insuficientes para o quadro em que estamos vivendo, e ainda assim não atingem da mesma forma os patrões e a classe trabalhadora. Pois enquanto os patrões podem se dar ao luxo de ficar em casa para se proteger, ou se manter em quarentena, obrigam a imensa maioria dos trabalhadores como os das fábricas, os terceirizados, do comércio, do telemarketing, de aplicativos e particularmente como nesse caso as empregadas domésticas a seguir trabalhando.

Sem qualquer garantia de garantia de manutenção de seus salários as trabalhadoras domésticas, em sua imensa maioria negras, estão sendo obrigadas a se submeter diariamente a condições de risco nos transportes públicos e se expor diretamente ao risco de contagio com vírus por seus patrões em quarentena. Para garantir os lucros dos patrões, e como nesses casos de seu conforto mesmo quando em quarentena, todo um exército de trabalhadores segue exposto ao risco de contaminação com o vírus.

Para evitar mais mortes completamente desnecessárias como essa é necessário exigir que os trabalhadores, especialmente aqueles que fazem parte dos grupos de risco, como essa trabalhadora com mais de 60 anos, possam se afastar de seus trabalhos e não se expor a condições precárias de transporte contando com licenças remuneradas, pagas pelo estado e pelas empresas, com a garantia de não perder seus empregos. Junto com a testagem massiva, para todos que queriam realizar o teste, e a multiplicação dos leitos de UTI com respiradores para tratar casos urgentes como esse. Para implementar essas medidas é necessária a derrubada da Emenda Constitucional do teto dos gastos, do governo Temer, que congelou os gastos com saúde e educação no país. E também o não pagamento da fraudulenta dívida pública do país que remunera com nossos recursos os grandes capitalistas.




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