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XENOFOBIA | Direita ataca imigrantes, mas polícia prende Hasan, ativista palestino e dono do Al Janiah, e mais cinco pessoas

Simone IshibashiRio de Janeiro

quarta-feira 3 de maio de 2017 | Edição do dia

Na noite dessa terça-feira, dia 02 de maio, uma manifestação de setores de ultradireita conhecido como “Direita São Paulo”, apoiadores de Bolsonaro e descendentes da “família real” como Philippe de Orleans e Bragança que dirige o movimento Acorda Brasil. realizaram uma manifestação contra os direitos dos imigrantes. Não contentes em defender essa posição inadmissível, racista e xenófoba, numa absurda “Marcha contra a Lei da Imigração”, esses setores ainda agrediram ativistas palestinos, que agora seguem presos e passaram mais de cinco horas com seus direitos à defesa cerceados durante a madrugada.

HasanZarif, um dos detidos, tem origem palestina, e é um conhecido e querido ativista em defesa dos direitos de todos os refugiados. Além de ser um dos donos do Al Janiah, restaurante árabe em São Paulo que é um verdadeiro ponto de encontro não apenas da comunidade árabe, mas de todos os que defendem os direitos dos refugiados, é um dos fundadores do Movimento Palestina para Tod@s (MOPAT). O MOPAT se dedica a promover debates e mobilizações de solidariedade a todos os imigrantes e refugiados, possibilitando que se conheça a realidade de palestinos, sírios e da comunidade árabe.

A ação da polícia foi mais uma demonstração de racismo, e de proteção aos setores da direita, que não contente em defender o inadmissível, ainda agridem brutalmente as pessoas, que terminam sendo presas. De acordo com o advogado de Hasan, Hugo Albuquerque, outro palestino conhecido como Nur foi duramente agredido pelos setores da ultradireita que estavam na marcha, e teve que ser levado ao pronto-socorro. Cinicamente, o porta-voz do grupo Direita São Paulo tenta se colocar como vítima, e inclusive acusa Hasan e os demais como “terroristas”.

Mas o que se vê no vídeo que eles próprios postaram em sua própria página são gritos de “Viva a PM”, e “Comunista tem que morrer!”, e “Não, não, não à lei da imigração”. Na página do facebook do Direita São Paulo também é possível ver posts em defesa do projeto Escola Sem Partido, e comemorações pelas balas de borracha que atingiram parlamentares do PSOL durante a greve geral de 28 de abril, além de igualar todos os árabes a terroristas no melhor estilo Donald Trump. Que aliás Edson Salomão, que se coloca como um dos líderes do Direita São Paulo, declarou abertamente à Folha de S Paulo um apoiador declarado.

O Esquerda Diário manifesta sua solidariedade aos presos, e defende os direitos de todos os imigrantes e refugiados de se defenderem contra a direita racista e xenófoba. Todos os movimentos sociais, de Direitos Humanos, de esquerda, e de juventude devem tomar para si essa bandeira. Agora à tarde, às 13h, uma audiência ocorrerá no Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo, onde espera-se a presença de todos os apoiadores dos direitos dos imigrantes e dos refugiados.




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