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PARALISAÇÃO DIA 29 | Direção da CUT quer que os trabalhadores paralisem no dia 29 em defesa de Dilma

O próximo dia 29 de maio poderia ser um dia importante na luta dos trabalhadores, mas se depender da direção da CUT não será. Na convocatória unitária do Dia Nacional de Paralisações e Manifestações além dos eixos de luta contra os ataques há também o eixo "por democracia".

Diana AssunçãoSão Paulo | @dianaassuncaoED

quinta-feira 21 de maio de 2015 | 12:11

O próximo dia 29 de maio poderia ser um dia importante na luta dos trabalhadores, mas se depender da direção da CUT não será. Na convocatória unitária do Dia Nacional de Paralisações e Manifestações além dos eixos de luta contra os ataques há também o eixo "por democracia". Longe de ser uma consigna "desinteressada" e progressista, este eixo é a maneira dos governistas deixarem marcado, em meio à paralisação nacional, a luta contra o "golpismo" e a "oposição de direita". A operação que querem fazer é tentar vincular os ataques e retiradas de direitos a uma suposta onda conservadora, quando na verdade todos os ataques estão vindo do próprio governo, com apoio, claro, das bancadas mais reacionárias da Câmara dos Deputados.

A convocatória comum já deixa essa brecha para entender a manobra da burocracia sindical, que a maioria das organizações de esquerda "ignora" em "nome da unidade", mas quando vemos o vídeo de Vagner Freitas, presidente da CUT não há como ter dúvidas. No vídeo, Vagner fala de forma descarada em defesa de Dilma: "O Dia Nacional de Luta e Manifestação dos Movimentos Sociais e Centrais Sindicais (...) É contra essa política econômica regressiva que o Brasil tem tido ultimamente e que não dá possibilidade de crescimento e expansão do emprego. É contra esse viés conservador que a direita brasileira tem trazido pra sociedade que é pautado no Congresso Nacional a retirada de direitos dos trabalhadores, os direitos humanos e sociais sendo colocados em risco, nós precisamos dar um basta nisso e dar condição pra que a agenda vitoriosa que foi a eleição da presidenta Dilma seja aplicada no Brasil".

De um lado, a CUT e CTB com seu programa de "defesa da democracia" que como vimos é "defesa da Dilma e do PT", trabalha claramente para dividir os trabalhadores, pois muitos deles estão corretamente contra o governo Dilma e o PT - pelos ataques, mentiras, traições e roubalheira; ou seja, para a CUT o dia nacional de luta só deve ter os que "defendem Dilma e o PT"? Então não é um dia de defesa dos interesses dos trabalhadores, mas dos interesses da burocracia da CUT que é petista e dilmista.

De outro lado, a Força Sindical, UGT e outros estão cada vez mais atreladas à direita burguesa e aos tucanos Aécio e os peemedebistas reacionários Renan Calheiros e Eduardo Cunha, dividindo também a classe trabalhadora e impedindo que as forças de todos os maiores e importantes sindicatos possam se expressar ativamente no dia 29 para dar enfrentar o governo Dilma, os patrões e o Congresso Nacional. Essa divisão dos trabalhadores é pura responsabilidade desses burocratas sindicais que utilizam as centrais e os sindicatos para fazer negócios com grupos do governo e dos empresários, abandonando a classe trabalhadora à própria sorte.

Mas o nível de ataque que os trabalhadores estão sofrendo neste segundo mandato de Dilma impõe que as centrais sindicais governistas tenham que se movimentar em algo, caso contrário suas bases o farão sozinhas. Por isso as centrais sindicais tentam misturar as necessárias bandeiras de luta contra o PL 4330, contra as MP´s e todos os ataques com a bandeira de defesa da "agenda vitoriosa da presidenta Dilma". Essa é a maneira com que a burocracia quer, ao mesmo tempo, anular qualquer possibilidade de surgimento de uma alternativa independente dos trabalhadores.

É por isso que não é suficiente denunciar os deputados do PT e do PCdoB, como está no último material da Executiva Nacional da CSP-Conlutas, muito menos "parabenizar" a CUT pela paralisação do dia 15, como fez Luciana Genro em nota, sem nenhuma delimitação. Diante disso, a CSP-Conlutas deveria encarar a preparação do dia 29 organizando desde já reuniões, assembleias, plenárias, panfletagens e outras formas de agitação em fábricas e locais de concentração operária e popular que também cheguem às bases dos sindicatos das grandes centrais sindicais (CUT, Força Sindical, CTB, UGT etc.) alertando os trabalhadores da criminosa divisão que essas centrais fazem e chamando todos a se organizar nas bases para impor às direções um verdadeiro dia de luta, com paralisações da produção, dos serviços e do comércio, numa grande demonstração da força da classe trabalhadora, apesar e contra a burocracia sindical. As figuras nacionais do PSOL e seus parlamentares também poderiam colocar suas forças nesta perspectiva. Exigindo também que as centrais sindicais rompam com o governo Dilma e se coloquem ao lado da classe trabalhadora.




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