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DIA DOS PROFESSORES | Dia dos professores: dia de luta! Por comitês de base para lutar contra Bolsonaro

Dia dos professores: dia de luta! Por comitês de base de milhares de professores para lutar contra Bolsonaro, o golpismo e suas reformas

Maíra MachadoProfessora da rede estadual em Santo André, diretora da APEOESP pela oposição e militante do MRT

segunda-feira 15 de outubro de 2018 | Edição do dia

Nesse dia dos professores não temos muito o que comemorar. Os ataques à educação são brutais e se intensificaram depois do golpe institucional de 2016. De lá pra cá, os gastos com o serviço público foram congelados por 20 anos, o que levará nossas escolas À completa precarização. Nossos alunos, pobres e negros pagarão junto com a gente pela política educacional que quer apenas preservar os lucros de grandes empresários que estão afoitos para intervir nas escolas públicas e privatizar a educação.

Para isso, já está aprovada a Reforma do Ensino Médio e a BNCC, que acabará com disciplinas fundamentais para nossos alunos e levará milhares de professores para o desemprego. Essa reforma vem acompanhada de medidas autoritárias que querem calar a voz de professores e alunos nas escolas. Um exemplo é o projeto “Escola sem partido” defendido por políticos e setores conservadores da sociedade para impedir que educadores tenham autonomia nas salas de aula e possam educar a juventude de forma crítica e acabar com a escola como espaço vivo.

Nesse momento, existem professores que são processados por ensinarem história, sociologia, filosofia, biologia para seus alunos, pois a educação que querem os poderosos é digna da Idade Média, onde não se debate o cotidiano, a vida concreta. Os professores já estão sendo atacados há alguns anos por políticos e fanáticos de uma sociedade do medo e do ódio que quer formar uma juventude ignorante e que não possa sonhar grandes sonhos.

Esses projetos se ligam a toda uma política econômica para que sejam os trabalhadores que paguem pela crise e são personificados em Bolsonaro que é a continuidade violenta dos planos de Temer. Sua defesa de cortar gastos financeiros, privatizar todas as estatais (ou acabar com elas, como ele mesmo disse), impedir a organização dos trabalhadores para combater os ataques que virão com seu governo , acabar com o 13 como já propôs seu vice e com todos os direitos sociais são apenas parte de um plano para submeter nosso país aos ditames do capital estrangeiro. Por isso, ele não vai aos debates, porque quer manter sua política no obscurantismo, para que votem nele a partir de Fake News e não por conhecerem seu programa.

Bolsonaro é a cara de toda a perseguição que é feita aos professores nas escolas, herdeiro da ditadura militar e orgulhoso do legado de torturas e repressão, irá avançar sobre todos os nossos direitos e autonomia. Em nome de seu discurso de ódio, vemos a violência se aprofundando até mesmo nas escolas, com professores sofrendo agressões racistas, alunos sendo atacados por homofobia. No país, já foram mais de 70 ataques contra as minorias nas últimas semanas, ataques alimentados por Bolsonaro e suas tropas que tem ódio das mulheres, negros, LGBTs, nordestinos. Tão enganados estão nossos alunos, que muitos não conseguem ver que o governo de Bolsonaro irá atacar em primeiro lugar a eles, tão vulneráveis em suas condições de vida e por isso querem antes de mais nada atacar os professores.

Não podemos permitir isso e nesse dia dos professores precisamos nos organizar. Essas eleições são totalmente manipuladas pelo judiciário e tuteladas pelas forças armadas, que prenderam Lula de forma arbitrária, distorcendo o cenário eleitoral já que ele ganharia no primeiro turno, segundo as pesquisas. Não dou nenhum apoio político ao PT, já que ele governou com esses setores golpistas e inclusive com a direita, mas lutei junto à outros professores e trabalhadores pelo direito da população poder decidir em quem votar. Agora acompanho todos os trabalhadores que irão expressar nas urnas sua revolta contra Bolsonaro, mas a extrema direita não será derrotada meramente através do voto.

Por isso, precisamos exigir que a CUT e a CTB que estão à frente das grandes centrais sindicais e dirigem os sindicatos de professores, rompam com sua paralisia e organizem nossa categoria, fazendo assembleias e organizando milhares de comitês de base em todo o país contra Bolsonaro, os golpistas e suas reformas.

Somente organizando nossas forças poderemos vencer essa batalha e lutar em defesa da escola pública, para que os próximos dias dos professores sejam cheios de esperança de um futuro melhor para a gente e nossos alunos.




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