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CORONAVÍRUS | Devido ao Coronavírus, UFRGS suspende as aulas, mas obriga terceirizados a trabalharem

terça-feira 17 de março de 2020 | Edição do dia

Na noite deste último domingo, 15, a Reitoria da UFRGS soltou nota oficial declarando a suspensão de todas as aulas até o dia 05 abril, para evitar a propagação do Covid-19, o Coronavírus. Na nota que a UFRGS soltou, afirma que os serviços essenciais serão preservados. Esses serviços essenciais que são feitos por justamente o setor mais precarizado da universidade: os trabalhadores terceirizados.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) o total de casos relatados fora da China - onde a doença teve origem - aumentou quase 13 vezes e o número de países afetados quase triplicou. A OMS declarou que a classificação do vírus como pandemia se deve à rapidez de sua transmissão e também ao fato de que mesmo com alertas, alguns países não tratam o caso com o devido nível de compromisso político.

Mesmo sabendo dessas informações, a UFRGS, não quer liberar os trabalhadores e os obrigam a continuarem cumprindo sua carga horária. Os terceirizados são o setor mais precarizados da universidade, recebendo salários baixíssimos e condições de trabalho altamente vulneráveis. Os servidores e técnicos da universidade também continuam trabalhando, mesmo que a UFRGS já informou que vai avaliar em cada setor quais serão suspenso. Isso mostra que para a Reitoria da UFRGS apenas os os estudantes e os professores têm que se prevenir contra o Coronavírus, enquanto os trabalhadores, que têm mais contato com a população, pegam transporte público todos os dias e tendo que continuar indo para a universidade trabalhar, estão totalmente exposto a infecção do vírus. Mostrando o total descaso e elitismo da Universidade em relação à saúde das trabalhadoras e trabalhadores terceirizados, onde a maioria são mulheres e negras.

Frente a isso é necessário exigir que as/os trabalhadores, principalmente os terceirizados (no qual a universidade não consideram como sendo funcionários) sejam imediatamente liberados, e continuem sendo remunerados durante esse período e poderem cuidar da saúde. Junto a isso também é preciso defender que os terceirizados tenham seus cargos efetivos sem necessidade de concurso público já que estes trabalhadores provam todo os dias a capacidades de exercer suas funções. Com isso também exigimos com essa medida que a UFRGS também auxilie financeiramente os estudantes bolsistas e de baixa renda para poderem se alimentarem durante o período de suspensão de aulas e os trabalhadores do RU poderem ser liberados de suas funções.

  •  >Veja também a nota do Centro Acadêmico Dionísio – CADi sobre o Coronavírus

    Frente a esta crise que se alastra pelo o país, Bolsonaro deu declarações minimizando a doença, dizendo se tratar de uma crise "superdimensionada" que em sua opinião não é "isso tudo" e se trata muito mais de uma "fantasia". Mas o fato é que a doença já está afetando a população de todo o mundo, em especial a mais pobre, e a bolsa de valores. O Estado segue tendo descaso frente a essa pandemia que vem evoluindo nas últimas semanas. Por isso é necessário exigir que seja revogada a Lei do Teto de Gastos, aprovada no governo Temer em 2016 e segue aprofundando no governo Bolsonaro, que congela os gastos com saúde e educação por 20 anos. Se torna impossível que o Sistema Único de Saúde (SUS) consiga atender toda a demanda causada pela pandemia do Coronavírus frente ao congelamento de investimento e a precarização do SUS.

    Mundialmente, com países em quarentena como a Itália e com casos como o dos EUA no qual é preciso US$ 1000 para ir a um consultório de emergência, vemos a falência do sistema privado na saúde que não oferece direitos básicos para a maioria da população. Frente a isso, apenas um sistema único de saúde 100% estatal e gerido pelos trabalhadores pode dar uma saída para essa crise.




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