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DOSSIÊ DIA DA MULHER NEGRA, LATINA E CARIBENHA | Desemprego no país tem rosto de mulher negra, jovem e nordestina

Nesse dia internacional da Mulher Negra, Latina e Caribenha, alguns dados do IPEA e do IBGE revelam o produto do racismo e das relações patriarcais contra as mulheres trabalhadoras: são elas que predominam o perfil do desemprego do país.

quarta-feira 25 de julho de 2018 | Edição do dia

Em maio deste ano, o IBGE já havia assinalado a maior presença de negros dentre os mais de 13,7 milhões de desempregados. Somando a categoria pretos e pardos, estes correspondiam 64,2% dos desempregados, mesmo sendo não mais que 56% da força de trabalho declarados.

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada aprofunda esse quadro do racismo estrutural no país em um estudo sobre o Mercado de Trabalho no país, publicado no mês passado. Este analisa os índices de desemprego deste ano, e conclui que mulheres nordestinas e jovens, de idade entre 18 a 24 anos, caracterizam o perfil do desempregado hoje.

A situação de opressão racista e machista, que aflige a maioria da população, é a mais degradada pela exploração do trabalho com a crise dos capitalistas e seus ajustes nos direitos trabalhistas e sociais. Após a Reforma Trabalhista, que políticos diziam demagogicamente que iria devolver o emprego a população, até os especialistas mais alinhados com esse aprofundamento da exploração e da retirada de direitos, tem dificuldade de apontar uma melhora qualitativa nas ofertas de emprego.

Dados mais realistas indicam um aprofundamento do desemprego e do “subemprego”, informal e rotativo, vulgarizado pela nova lei trabalhista, que não garante qualquer estabilidade, salário digno e direitos trabalhistas. Quem paga essa conta são as jovens mulheres negras, muitas vezes tendo que se subordinar a empregos terceirizados, em especial no setor de serviços, do telemarketing a serviços de limpeza e outros.

Nesse dia da Mulher Negra, Latina e Caribenha, é fundamental mostrar quem é essa mulher no Brasil e de forma a exploração capitalista, garantida pelo Estado com repressão nos morros e periferias do país, aprofunda essa discriminação para obter maiores lucros e dividir a luta das mulheres, dos negros, da luta contra a exploração do trabalho.

Frente a batalha pela legalização do aborto que as mulheres argentinas estão travando, incorporar esse espírito de luta no país para batalhar não só pela descriminalização dessa prática, mas também pela legalização, pode fazer das mulheres o motor da luta contra a Reforma Trabalhista e toda forma de exploração.

A luta pela legalização do aborto é fundamental para não criminalizar as mulheres negras




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