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PRIVILÉGIOS | Deputados viajam para fora do país, enquanto os trabalhadores pagam pela crise

Em meio a crise econômica deputados esvaziam a Câmara com suas constantes viagens mal justificadas.

segunda-feira 1º de agosto de 2016 | Edição do dia

Apesar do cenário econômico e político de crise, quatro deputados federais entraram num avião e rumaram para uma viagem de oito dias entre Londres, na Inglaterra, Frankfurt e Munique, na Alemanha, supostamente com o objetivo de ‘’colher subsídios visando a organização e reestruturação do futebol brasileiro’’, como foi descrito no relatório apresentado á Câmara. Um exemplo claro de como o ritmo de viagens dos parlamentares, paga com o nosso dinheiro, continuou intenso mesmo com a crise econômica.

De acordo com os dados do site da Câmara, os deputados continuam viajando nesta legislatura iniciada em fevereiro no ano passado, mas também aproveitaram bastante no mandato anterior. Em 2015, por exemplo, o número de viagens e países visitados pelo parlamentares só não foi maior do que em 2013. Ano passado, 146 deputados conheceram 37 nações. Em 2013, 148 deputados foram a 40 países.

Nesta legislatura, os deputados já viajaram para visitar países como Azerbaijão, Cazaquistão, Bielorrúsia, Geórgia, Portugal, China, Estados Unidos e Itália, entre outros, onde participaram de reunião com colegas parlamentares e discutiam as relações bilaterais.

Para cobrir com os gastos do hotel, deslocamento e alimentação, os parlamentares recebem diária de U$391 (América Latina) e US$ 428 (para o restante da América e demais continentes). Depois que retornam ao Brasil, eles tem até 15 dias para apresentarem os boletos de avião e fazer um relatório sobre as atividades desenvolvidas no exterior.

Em Julho de 2015, por exemplo, os deputados Deley (PTB-RJ) e Hélio Leite (DEM-PA) foram ao Canadá, acompanhar a cerimônia de abertura e três dias de competições do Pan Americano. Apesar de nenhum dos dois deputados terem explicado a importância da missão oficial, cada um recebeu cerca de sete mil e quatros centros reais em diárias pela viagem. Na legislatura passada, Fabio Ramalho do (PMDB-MG) e Marco Maia (PT-RS) foram a Londres participar da cerimônia de abertura e de outras atividades relacionadas aos Jogos Olímpicos.

O caso mais gritante ocorreu em maio de 2015, quando seis parlamentares foram a Beirute para participar do 2º Encontro sobre a Diáspora Libanesa. Um deles, o deputado Rômulo Gouveia (PSD-PB), escreveu em relatório entregue á Câmara que o objetivo principal era ‘’manter a chama do amor para o Líbano viva em seu coração, mantendo o seu sucesso na diáspora’’. Disse ainda que ‘’a conferência teve como objetivo também fortalecer ainda mais os laços entre libaneses e emigrantes do mundo todo’’.

Quando os deputados estão em viagem oficial para representar a Câmara, eles possuem suas as faltas abonadas e por consequência não possui o seu salário de 33.763 descontado nos dias de ausência. Outro beneficio ao viajar é que podem usar o dinheiro da cota parlamentar para fazer upgrade de passagem aera e ir de primeira classe.

É possível verificar que há um aumento no número de viagens durante os anos ímpares, quando não acontecem eleições. O campeão de viagens foi o deputado Átila Lins (PSD-AM), que foi a dez países. Claudio Cajado (DEM-BA) foi o segundo que mais viajou: foi a oito países entre 2015 e julho deste ano. O deputado baiano recebeu R$ 9250 em diárias para essa viagem.

Enquanto os trabalhadores e setores populares estão pagando pela crise econômica, eles fazem a sua festa

Os mesmos deputados que fazem a festa com o dinheiro do trabalhador, são os mesmos que vão para a televisão tentar convencer a maioria da população de que é necessário realizar cortes profundos. Se formos cortar os privilégios e o alto salário que estes políticos recebem, fazendo com que todo político e funcionário de alto escalão ganhem um salário de professor, certamente esta crise econômica não seria tão profunda.

Enquanto grande parte da população tem que sobreviver com um salário mínimo, principalmente num momento onde a inflação está extremamente alta, estes políticos que possuem uma vida de conforto demonstram estar distante da maioria da população. O distanciamento da população, mas também os privilégios são elementos essenciais desta burocracia que cumpre o papel de atacar os trabalhadores e demais setores populares da sociedade a serviço dos grandes empresários e dos bancos.

No atual momento de crise econômica que o país está vivendo, estes privilégios são essenciais para que os políticos burgueses continuem atacando os trabalhadores e demais setores populares da sociedade. Tanto é que, vira e mexe, estamos vendo inúmeros pacotes sendo aprovado na Câmera dos deputados na qual o único propósito é cada vez mais aumentar os seus próprios salários e privilégios. Uma verdadeira política de barganha contra os nossos direitos.

Os golpistas saíram nas ruas com a desculpa de combater a corrupção no país, mas em nenhum momento questionaram os privilégios e os altos salários dos próprios políticos da direita. Michel Temer e sua corja golpista estão nadando em dinheiro, enquanto planejam brutais ataques contra a classe trabalhadora e demais setores populares da sociedade.

Por sua vez, o PT quando foi governo assimilou os métodos tradicionais da direita de governar e não abriu mão dos privilégios que o Estado dos ricos oferece aos políticos. A consequência disso é que antes dos golpistas, foi o PT que estava na linha de frente para aplicar os ataques á classe trabalhadora. Esta política foi um dos fatores responsáveis por abrir o caminho para o golpe institucional.

Contra estes privilégios e alto salário, nós do Movimento Revolucionário dos Trabalhadores estamos lançando as pré candidaturas da Diana Assunção em São Paulo, Carolina Cacau no Rio de Janeiro, Maíra em Santo André, Flavia Valle em Contagem e Danilo Magrão em Campinas. Vamos lutar para que todo político e funcionário de alto escalão ganhem igual ao professor da rede pública, por isso os nossos candidatos viverão com um salário de um trabalhador comum.

Além disso, a única saída para acabar com os privilégios dos políticos é através de uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana imposta pela luta dos trabalhadores e demais setores populares da Sociedade. Esta Assembleia tem que cumprir o papel de questionar este sistema podre dos ricos.




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