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CRIME DE MARIANA | Depois de 5 anos do crime da Samarco, somente 2 de 300 casas prometidas foram entregues

As famílias atingidas pelo desabamento da barragem do Fundão em Mariana estão em lares temporários até que a Samarco cumpra a promessa de entregar 300 casas, que tinham prazo inicial de entrega até 2019. A mineradora entregou apenas duas dessas casas, impedindo centenas de famílias de voltarem a suas moradias.

segunda-feira 2 de novembro de 2020 | Edição do dia

Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Dia 5 de novembro completam-se cinco anos do maior crime ambiental da história do Brasil, acontecido em Mariana. O desabamento da barragem do Fundão administrada pela Samarco, mineradora controlada pela Vale e pela anglo-australiana BHP Biliton, provocou a morte do Rio Doce, devastou ampla área vegetal onde viviam milhares de animais, assassinou 19 pessoas e destruiu três comunidades na região central de Minas Gerais: Bento Rodrigues, Paracatu e Gesteira, tirando a moradia de centenas de pessoas.

Mesmo depois de 5 anos, a população das comunidades atingidas ainda não pôde voltar aos seus lares. Segundo matéria da CBN, de 300 casas prometidas pela Samarco apenas duas foram entregues, deixando centenas de famílias em lares temporários a espera da finalização de suas casas. Segundo o site, em Bento Rodrigues, apenas duas, das 213 casas que serão construídas se encontram em fase de finalização e em Paracatu de Baixo, as obras ainda estão na fase de loteamento.

A Fundação Renova, criada pelas mineradoras que provocaram o crime com o intuito de conduzir o processo de reparação da área, disse que a razão do atraso na entrega foi devido a pandemia. No entanto, isso não pode ser usado como desculpa, visto que o prazo inicial para a entrega era para março de 2019. Além disso, o setor de construção foi considerado essencial durante a pandemia, o que permitiria que o mesmo não paralisasse seus trabalhos.

Samarco voltará a minerar em Mariana

Com o apoio do judiciário, no final deste ano, a Samarco, de maneira absurda, poderá voltar às atividades no complexo de Germano em Mariana. A licença para tal retorno foi concedida no ano passado, para que a mineradora pudesse contribuir novamente com os lucros da Vale

A Vale, que continua lucrando bilhões neste ano e vem sendo incapaz de reparar as consequências sofridas pelas populações das comunidades atingidas em Mariana. Pelo contrário, a mineradora continua provocando medo e terror em várias comunidades que possuem barragens em nível de emergência e de iminente ruptura. O Terrorismo de Barragem praticado pela Vale expulsa pessoas de suas casas, não assegura o mínimo de dignidade para os moradores das regiões de mineração e traumatiza essas populações, que além das lembranças horríveis em relação ao desabamentos que já aconteceram, apresentam medo diário de desabamentos futuros e muitas incertezas em relação ao que está por vir.

A expropriação sem indenização aos antigos donos e a reestatização de mineradoras como a Vale sob controle dos trabalhadores, é a única saída de fundo para essa barbárie. Isso por que apenas um planejamento racional a serviço dos interesses da população é que pode acabar com tanto desmando a serviços dos interesses dos capitalistas. Os capitalistas e seus representantes nos governos devem sair para que a vida das pessoas, as condições de trabalho, a riqueza natural e o meio ambiente sejam fonte de riquezas que garantam boa qualidade de vida e não meros detalhes na gestão de um dos principais ramos da economia do país.

Para saber mais: Porque reestatizar a Vale sob controle dos trabalhadores




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