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UFRJ | Denúncia: Estudantes da UFRJ moradores da residência estudantil tem alimentação negada no restaurante universitário

Segundo denúncia enviada ao Esquerda Diário e repercutida por entidades estudantis da UFRJ, cerca de 30 estudantes estão tendo seu acesso à alimentação no restaurante universitário negado em virtude de, apesar de morarem no alojamento, não serem ocupantes via edital. Em um alojamento que há anos tem déficit de vagas e frente ao agravamento da crise e crescimento da fome, um verdadeira ataque à dignidade básica dos estudantes e ao mais fundamental do direito de estudar!

quarta-feira 15 de dezembro de 2021 | Edição do dia

Em denuncia enviada ao Esquerda Diário, um estudante da graduação da UFRJ, residente do alojamento estudantil, localizado na Ilha do Fundão, aponta sobre a recente proibição, por parte do Restaurante Universitário, de que mais de 30 estudantes tenham acesso a refeições servidas no local.

A residência estudantil da UFRJ sofre um déficit histórico, contando com apenas algumas centenas de vagas para uma universidade de mais de 50 mil estudantes, o que é ainda mais agravado pelas extremamente precárias condições de permanência na universidade. Muitos estudantes - vários de fora do estado e grande parte sem renda, ou com fontes de renda muito precárias, rotineiramente excluídos dos processos seletivos para as poucas bolsas de auxílio disponibilizadas pela UFRJ - moram no alojamento dividindo quartos, sem terem ingressado via edital de vagas.

Segundo denúncia, os nomes de 30 desses estudantes foram deixados de fora na lista entregue pela Pró-reitora de Políticas Estudantis à empresa que gerencia o Restaurante Universitário, barrando seu acesso à alimentação. Trata-se de estudantes regularmente matriculados e que frequentam cursos da UFRJ, tendo que lidar pelas margens da precária assistência estudantil e agora sendo ativamente impedidos de acessar a mais básica das condições para a manutenção de sua vida na universidade.

O Centro Acadêmico de Filosofia da UFRJ compartilhou a denúncia, ressaltando que “É com muito temor que vemos este descaso da Universidade para com integrantes do membro discente, levando em consideração uma reitoria que alegou que ‘não deixaria ninguém para trás’ durante esse período pandêmico”.

Em face a uma situação na qual a grave crise econômica, social e sanitária que se abate no país precariza a vida de milhões de jovens e trabalhadores, a garantia do mais básico direito de estudar trona-se uma luta urgente. Enquanto o governo Bolsonaro, junto ao Congresso e o Judiciário, drenam os poucos recursos da educação e sucateiam as universidades e a pesquisa públicas, a serviço de um projeto que admitidamente quer uma “universidade para poucos” ao mesmo tempo que dilacera as condições de trabalho e perspectivas de futuro da juventude, as reitorias - desde as comandadas por interventores bolsonaristas, até aquelas que tentam se colocar como uma certa “oposição” - atuam como verdadeiras correias de transmissão da precarização e da política do governo, tirando da juventude, em especial a juventude trabalhadora e mais precarizada, qualquer perspectiva de seguir estudando (os casos da USP e da UFRGS de reitorias expulsando estudantes cotistas em meio à pandemia são exemplos chocantes) além de seguirem a precarização e sucateamento do ensino, como é o caso com a própria UFRJ, na entrega, empreendida pela reitoria em um verdadeiro golpe contra a comunidade acadêmica, do Hospital Universitário à EBSERH.

É urgente organizar, na UFRJ e em todas as universidades e instituições de ensino no país, uma forte campanha de luta pelos direitos dos estudantes, e para garantir que nenhum estudantes passe fome ou seja forçado a abandonar seu curso frente à crise. Que o DCE e Centros Acadêmicos coloquem a frente essa causa, organizando não apenas a solidariedade ativa com esses estudantes e todos aqueles cuja permanência é precarizada na universidade, coletando doações e difundindo o caso, mas também convocando assembleias por toda a universidade, a partir das quais, com a organização e protagonismo da base dos estudantes, possa surgir um verdadeiro plano de lutas, com força massiva dentro da universidade, para conquistar permanência estudantil efetiva e de qualidade para todos que precisam! Pelo direito de estudar, nenhum estudante com fome!

O Esquerda Diário se coloca a total disposição e abre suas páginas a denúncias e iniciativas de estudantes e trabalhadores frente a qualquer situação de precarização do estudo, trabalho e da vida.




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