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ARGENTINA - DIREITO AO ABORTO | Debate sobre o direito ao aborto: Lenços de protestos e fortes argumentos a favor

Uma importante manifestação ocorreu na porta do Congresso Nacional, na Argentina. Nos debates se destacaram posições favoráveis a um direito apoiado por amplas camadas da população.

terça-feira 24 de abril de 2018 | Edição do dia

Na terça, dia 17 de abril, no Congresso Nacional da Argentina, teve lugar a terceira de uma série de reuniões destinadas a debater o direito ao aborto. Como na semana anterior, houve quem se posicionasse a favor e contra.

A tarde, como já havia ocorrido anteriormente, um novo protesto com lenços de cabeça como símbolo aconteceu na parte de fora do Congresso Nacional. Milhares de mulheres exigiam a legalização do direito ao aborto.

Pela manhã desfilaram os e as defensoras do aborto clandestino. Pela tarde foi o turno de quem defende a vida e exigem que as mulheres possam realizar a Interrupção Voluntária da Gravidez legalmente.

Pela manhã, a deputada nacional Nathalia Gonzaléz Seligra, PTS-FIT, havia denunciado os atrasos e manobras para não discutir a fundo a legalização do direito ao aborto.

“Temo que o verdadeiro debate que temos que fazer, que é garantir o direito ao aborto legal, seguro e gratuito nos hospitais e acabar com a interferência da Igreja, não se dê nessa audiência, mas em outro lugar” disse @NathiGonzalezS. #LegalizaçãoDoAbortoJá

Também participaram do debate as jornalistas Julia Mengolini e Débora Plager, a atriz Muriel Santa Ana, o filósofo Darío Sztajnszrajber, a ex-senadora María Eugenia Estenssoro e a presidente do Centro de Estudantes de Filosofia e Letras da UBA (Universidade de Buenos Aires), Brenda Hamilton.

A atriz Muriel Santa Ana afirmou que “aqui se trata de aborto clandestino ou aborto legal. O aborto existe, existiu e sempre existirá, legislem vocês que legislarem.”

Também, interpelando diretamente os legisladores, assinalou que “se esse projeto for rejeitado recairá sobre suas vidas e sobre suas costas as mortes que a indústria do aborto clandestino produzirá de agora em diante.”

Julia Mengolini disse aos legisladores que "mesmo que eles sejam religiosos, devem admitir que vivemos em um estado laico, onde as ideias religiosas não governam a vida dos cidadãos".

Este foi, precisamente, um dos argumentos mais enfatizados por aqueles que defendem o direito ao aborto.

Brenda Hamilton fez referência a como repercute o aborto entre as mulheres mais jovens. A presidente da CEFeL e dirigente da juventude do PTS, organização irmã do MRT na Argentina, argumentou que “na Argentina, a cada 5 minutos nasce uma criança de mãe menor de 19 anos. Sabiam que mais de um terço das mortes materna adolescentes são resultado direto de um aborto inseguro?

Brenda também afirmou que “a partir da direção do centro acadêmico, estamos organizando nos cursos, com trabalhadoras e trabalhadores docentes e não docentes, a luta nas ruas para conquistar o direito ao aborto, para que pelo menos uma vez possamos decidir sobre nosso corpo e para que não haja nenhuma mulher mais obrigada a ser mãe, ser presa ou morta por causa das consequências do aborto clandestino.”

Nas parte de fora do Congresso Nacional, novamente aconteceu um ato, com lenços de cabeças como símbolo, em que participaram milhares de mulheres. Em suas demandas voltaram a exigir que se prove o direito elementar do aborto.

Esta quinta-feira seguirão os debates com distintos especialistas, que debaterão a favor ou contra o direito elementar das mulheres decidirem sobre seus corpos.

Publicado originalmente no La Izquierda Diario de 17/04/2018.




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