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IMPEACHMENT | Datafolha: Impeachment perde força entre a população

terça-feira 12 de abril de 2016 | Edição do dia

A pesquisa divulgada pelo Datafolha no último domingo (10) mostra que houve aumento na rejeição da população à possibilidade de um impeachment da presidenta Dilma Rouseff. Às vésperas da votação do processo na comissão da câmara que ocorreu nesta segunda feira (11), a pesquisa demonstra que, após a forte ofensiva midiática e da oposição no mês de março, quando ocorreram as maiores manifestações contra o governo, as respostas demagógicas do petismo vem surtindo efeito.

Segundo a pesquisa, a quantidade de entrevistados que desejava o impeachment de Dilma, caiu de 68% em Março para 61% em Abril, uma queda de 7 pontos. Por outro lado, a quantidade de pessoas que reprovam o impeachment subiu de 27% para 33%, um aumento de 6 pontos. Apesar da melhora, essa pesquisa parece não demonstrar uma situação muito mais tranquila para o governo Dilma, podendo significar inclusive que para uma parte dos entrevistados o impeachment não é uma resposta capaz de resolver os problemas dos trabalhadores de fato, ainda que estes não confiem no governo petista. Inclusive, a mesma pesquisa demonstra que existe um grande rechaço (43% dos entrevistados) ao trabalho de todos os deputados.

O PMDB também foi tema da pesquisa com duas de suas principais figuras, Michel Temer e Eduardo Cunha. Para 58% dos entrevistados o vice presidente deveria também ser impedido de continuar no poder. Já a rejeição ao reacionário Eduardo Cunha é ainda maior, 77% dos entrevistados pedem a cassação do presidente da câmara dos deputados, envolvido em vários escândalos de corrupção, e que, ironicamente, é um dos responsáveis pelo andamento do processo de impeachment de Dilma.

Sobre um possível cenário eleitoral, tendo em vista as campanhas de vários setores por novas eleições (como Marina Silva, Renan Calheiros, Luciana Genro e até o PSTU), a pesquisa apontou que, caso uma nova eleição ocorresse hoje, Lula teria 21% das intenções de voto, Marina Silva 19% e o tucano Aécio Neves 17%. A ideia de ter o juiz Sérgio Moro, responsável pela operação Lava Jato, como candidato agradou apenas a 8% dos que opinaram. Na hipótese de um segundo turno Marina Silva (23%) e Lula (22%) aparecem tecnicamente empatados, Deixando claro que, se é verdade que o impeachment é uma saída reacionária orquestrada por setores da oposição que não beneficia os trabalhadores, a ideia de novas eleições também não aponta pra nenhum cenário de mudança real no jogo em favor dos trabalhadores.

A melhora nos índices de rejeição ao impeachment em favor do PT provavelmente se deve à contra ofensiva que este encabeça com a figura de Lula desde de os atos do dia 18 de Março, onde convocam a população à lutar contra o golpe antidemocrático, por outro lado, esse rechaço ao impeachment não se traduz necessariamente em favorecimento ao governo. A definição do processo do impeachment ainda pode ter muitos capítulos, porém, neste momento parece que sangria do governo pela oposição o máximo possível ainda é o principal fator que move as peças no tabuleiro. Os resultados dessa pesquisa ajudam dividir ainda mais as alas de oposição e a pressionar os que ainda clamam pelo impeachment, uma vez que neste momento, eles tem menos apoio popular para essa manobra. Essa divisão pode ainda abrir espaço para que o PT continue barganhando apoio com os setores mais frouxos desta oposição para frear o processo de impeachment na votação do plenário da câmara no próximo domingo, dia 17.




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