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8 DE MARÇO | Damares, a luta das mulheres no 8M é também contra seu machismo de extrema direita

Declarações da ministra, em pleno 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, dão mais um motivo para mulheres saírem às ruas contra o governo Bolsonaro e a extrema direita misógina e inimiga das mulheres.

sexta-feira 8 de março de 2019 | Edição do dia

A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos do governo Bolsonaro (PSL), Damares Alves, reafirmou hoje (8) seu compromisso na defesa do machismo e da submissão das mulheres, culpando a ideia de igualdade pelas agressões sofridas pelas mulheres: "já que a menina é igual, ela aguenta apanhar".

A declaração foi feita hoje durante um evento com a presença do ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública) para a assinatura de um convênio entre os dois ministérios. Para supostamente combater a violência doméstica, um governo que nunca teve o combate ao machismo como prioridade, apresentou no dia de hoje medidas para fazer demagogia com as demandas das mulheres.

Damares disse que "vamos ensinar os meninos a levarem floras para as meninas, por que não? A abrir porta do carro para uma mulher, por que não?". E concluiu: "enquanto nossos meninos acharem que menino é igual a menina, como se pregou no passado, algumas ideologias...já que a menina é igual, ela aguenta apanhar".

A fala de Damares é mais um declaração repudiável vinda de um governo inimigo das mulheres, cujo presidente Jair Bolsonaro já tem um histórico de posicionamentos e declarações machistas, desde um processo por apologia ao estupro, até declarações defendendo que mulheres deveriam ganhar menos por engravidarem. Declarações que são parte do plano de ataques do governo, como a Reforma da Previdência, que vai penalizar especialmente as mulheres trabalhadoras.

Damares Alves é representante desse governo e quer aumentar a opressão contra as mulheres. A falta de compromisso do governo com a defesa dos direitos das mulheres também já tinha ficado clara quando Damares afirmou que mães e pais de de meninas deveriam "fugir do Brasil" devido às altas taxas violência contra as mulheres, que o governo não se propõe a combater verdadeiramente. A mesma ministra que afirmou que “modelo ideal de sociedade é com mulheres apenas em casa”.

O governo Bolsonaro usa os ataques às mulheres, negros e LGBT como uma ferramenta para ajudar na aprovação de sua agenda de ataques, como a Reforma da Previdência, que ataca especialmente as mulheres trabalhadoras.

Damares, Joice Hasselmann e demais integrantes do governo Bolsonaro fazem o possível para auxiliar a ofensiva golpista de Trump na Venezuela, que tornará a situação da mulheres trabalhadoras venezuelanas ainda pior do que se encontra, em meio à catástrofe social imposta pela política de Maduro.

As declarações de Damares são mais um motivo para as mulheres saírem às ruas neste 8 de Março por todo o país, ao lado das manifestações que ocorrerão por todo mundo.

Em meio a isso, o PT, e as centrais sindicais ligadas a ele, como a CUT e a CTB (dirigida pelo PCdoB de Manuela D’Ávila), estão paralisados. Mesmo dirigindo milhões de trabalhadores através dos sindicatos, o PT separa conscientemente a luta das mulheres da luta da classe trabalhadora, não organizando os locais de trabalho para que o 8M seja uma demonstração de forças contundente das mulheres na linha de frente contra os ataques de Bolsonaro.

Derrotar Damares não pode significar retornar ao projeto de país do PT, que rifou os direitos das mulheres, como o direito ao aborto, durante 13 anos. Isso porque seu projeto político é de administrar o capitalismo neoliberal em decadência, preservando as bases semicoloniais e dependentes do país, em confluência com as Igrejas e a direita que foi artífice do golpe institucional.

Precisamos construir nossa força independente, com as mulheres trabalhadoras junto a seus companheiros homens, numa organização que tenha como norte uma estratégia para destruir o capitalismo: somos feministas socialistas revolucionárias. Contra Bolsonaro, aliado de Trump na ofensiva imperialista na Venezuela, por justiça por Marielle e contra a Reforma da Previdência. Para enfrentar o governo Bolsonaro, é preciso construir um feminismo socialista, anti-imperialista, anti-racista, da classe trabalhadora e pela diversidade sexual.

Leia também: "Manifesto: Por um feminismo socialista para enfrentar o governo Bolsonaro"




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