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PREFEITO FOGE DAS OPERAÇÕES POLICIAIS | Crivella e Indio desmarcam visita por medo de "balas perdidas" da PM que matam nas favelas

O prefeito do Rio, Marcelo Crivella deixou de ir a um compromisso com seu secretário municipal de Urbanismo, Infraestrutura e Habitação e ex-adversário na disputa à prefeitura, Indio da Costa na Zona Norte, as proximidades da Linha Vermelha, na manhã desta sexta-feira, mais especificamente no Parque Furquim Mendes e Bairro Proletário do Dique. A preocupação do prefeito era com sua própria segurança

sexta-feira 21 de julho de 2017 | Edição do dia

Crivella e Indio iriam visitar as obras do Projeto Favela-Bairro, que é financiado pelo Banco de Desenvolvimento Interamericano (BID) e pela prefeitura, um projeto que receberá R$ 108 milhões em investimentos de urbanização e infraestrutura, além de 120 unidades habitacionais, com a promessa de conclusão para setembro de 2018.

Na noite anterior à visita agendada, na quinta-feira, 20, a Linha Vermelha foi fechada parcialmente pela Polícia Militar na altura de Duque de Caxias. A pretexto de prender o traficante "Charlinho" na Favela do Dique, a polícia aterrorizou a população, como sempre, disparando dentro da comunidade. Os policiais afirmaram que balearam o traficante e seu segurança, e depois fizeram rondas nos hospitais a procura de Charlinho, que teria escapado após ser atingido.

No total, a PM teria interditado a via por aproximadamente uma hora na noite de quinta, liberando totalmente a Linha Vermelha apenas às 20:20. Ainda participaram da operação membros da Polícia Rodoviária Federal.

Na manhã dessa sexta ainda circularam boatos pelas redes de que a 59ª DP (Duque de Caxias) havia sido atacada por traficantes localizados na passarela da Linha Vermelha. A informação foi negada pelo chefe da polícia na Baixada Fluminense, Sérgio Caldas, e pela delegada titular da unidade, Raissa Celles.

Conforme viemos denunciando no Esquerda Diário, a violência policial no Rio de Janeiro vem crescendo numa escalada assombrosa nesse ano, acompanhando o ritmo dos ataques dos governos e patrões que aumentam a miséria com a retirada de direitos sociais e empregos. A resposta dos governos têm sido a intensificação da repressão, levando ao aumento do assassinato indiscriminado nas favelas, inclusive de crianças (oficialmente já são 5 mortes de crianças pelas mãos da polícia nesse ano).

O cancelamento do compromisso de Crivella representa que o prefeito assume que estar em uma favela não é seguro, muito menos quando ocorre uma operação policial, pois longe de representar qualquer tipo de proteção aos moradores, a polícia representa mais matança, mais violência e, o que é ainda pior, sob a autorização do Estado. As mortes ficam impunes, ocultas quase sempre pelo rótulo legal de "auto de resistência" ou simplesmente "balas perdidas".

Crivella, que assumiu o cargo dizendo querer "governar para o povo", mostra que quer estar bem distante de onde o povo mora e das condições bárbaras a que a polícia o submete cotidianamente.




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