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QUEERMUSEU | Crivella censura exposição Queermuseu no Rio de Janeiro

Em visita à Rocinha "pacificada", o prefeito Marcelo Crivella disse na manhã de hoje que a exposição "Queermuseu — Cartografias da Diferença na Arte Brasileira", que seria realizada no Museu de Arte do Rio (MAR), foi cancelada.

quarta-feira 4 de outubro de 2017 | Edição do dia

Crivella, se eximindo da responsabilidade pela censura e exagerando a repercussão, justifica: "Não fui eu que vetei, foi o povo do Rio de Janeiro majoritariamente. Eles não querem exposição. Viram o que o povo fez no Rio Grande do Sul e em São Paulo? Eles não querem lá e muito menos aqui. Não é censura. As pessoas viram na Internet e não querem essa questão de zoofilia e pedofilia. Eu vi a exposição na Internet", disse Crivella.

Um setor de fanáticos evangélicos, LGBTfóficas e o MBL, na declaração dele, já tornam-se porta-vozes de todos os anseios e demandas populares, a voz da moral e da capacidade artística, o povo. Mas não passam de falso-moralistas e censores da arte. O prefeito até mesmo inventa situação, quando não se junta a Bolsonaro e Frota nas críticas a um nú artístico.

A hipocrisia é tamanha que, para tentar disfarçar a censura, sua secretária municipal de Cultura, Nilcemar Nogueira, disse que a exposição não foi cancelada por razões ideológicas, mas de segurança. "Estamos vivendo em um momento em que as pessoas estão violentas. Não é só questão de ideologia. Só isso que pesou na determinação, sobretudo a manutenção da integridade do equipamento, das obras já instaladas no MAR e dos funcionários".

Os protestos contra a exposição tinham como conteúdo a suposta “depravação” e “pornografia”, “imoralidade” e “blasfêmia”, deixando claro o teor conservador, contra a temática LGBT, problematização das questões de gênero e sexualidade, atacando, assim, a liberdade de expressão da arte.

Anteriormente, a mesma exposição foi cancelada também em São Paulo e em Porto Alegre, onde já estava exposta há quase um mês.

Não existe vácuo ideológico ou político. Os setores que se colocam, a partir desses conteúdos, contra uma obra de arte, são os mesmos que defendem o “escola sem partido” e que foram contra o debate de gênero e sexualidade nos planos de educação. Fica fácil perceber por onde caminha o conteúdo ideológico que defendem.

Exemplos de como nem empresas privadas, como o Santander, nem os governos, podem defender uma arte livre.




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