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DESEMPREGO | Crise social: 247 mil desempregados na RMC com Paulínia no topo do ranking

O levantamento feito pela Associação Comercial e Industrial de Campinas aponta 247.304 desempregados na Região Metropolitana de Campinas, sendo que a maior queda é na indústria e Paulínia, onde está uma das mais importantes refinarias da Petrobrás, tem a maior perda de postos de trabalho.

terça-feira 7 de agosto de 2018 | Edição do dia

Os dados divulgados pela Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic) mostram que a Região Metropolitana de Campinas (RMC) está com 12,25% de desempregados em sua população economicamente ativa. A quantidade de pessoas sem emprego é equivalente à soma de toda a população maior de 14 anos das cidades de Paulínia, Indaiatuba e Artur Nogueira. Ao contrário das expectativas de crescimento do emprego propagandeadas pelos governos e seus economistas, a média nacional também apresentou queda, com 12,4% de desempregados. Somente Campinas alcança mais de 93 mil destas pessoas sem emprego, enquanto na RMC os dados mostram 851.079 de desempregados e 919.821 de pessoas que realizam “bicos” ou outras atividades de trabalho informal.

O levantamento revela que a maior parte dos cortes foi feita na Indústria, que somente no último mês demitiu 1.252 trabalhadores. Esse aumento das demissões na indústria explica porque a cidade de Paulínia lidera o ranking do desemprego, já que a Petrobrás, responsável pela refinaria Replan que é a principal atividade econômica do município, veio reduzindo seu quadro de trabalhadores efetivos. O índice do desemprego em Paulínia é de 18,98%, enquanto há três anos era cerca de 9%. Essa política de demissão em massa nas indústrias é parte da implementação dos ajustes para responder à crise econômica, atacando os trabalhadores para manter os altos lucros das grandes empresas nacionais e internacionais.

Demissões em massa que também são parte da política de ampliação da privatização das poucas empresas nacionais importantes que ainda são estatais, onde demitem os trabalhadores efetivos e substituem uma parte destes por novos trabalhadores terceirizados e temporários, com salários radicalmente menores e em piores condições em relação às leis trabalhistas, que impõe a Lei da terceirização e a Reforma Trabalhista aprovadas pelo governo golpista de Temer. No caso da Petrobrás essa precarização é uma das vias de atacar a empresa e argumentar em favor de sua total entrega ao capital estrangeiro, submetendo ainda mais o país à exploração do imperialismo internacional. Também oferece maiores riscos aos trabalhadores, pois a redução de pessoal afeta diretamente a segurança em casos de acidentes como o que a Replan enfrentou no mês de novembro com a emissão irregular de uma gigantesca nuvem de combustíveis inflamáveis sobre toda a planta e parte da cidade que poderia ter resultado em tragédia.

Uma consequência direta do aumento do desemprego é o desespero e a crise social. Com a falta de perspectiva de encontrar trabalho após longos meses sem encontrar nenhuma chance, a maior parte destes desempregados se lança aos bicos e trabalhos temporários com baixíssima remuneração e sem nenhuma segurança em termos de direitos trabalhistas. Nos serviços mais arriscados muitos sofrem acidentes que não serão amparados, as mulheres gestantes não possuem direito à licença e um amargo e longo etc. O aumento de ambulantes nos espaços de grande circulação de pessoas, assim como o aumento expressivo dos moradores de rua e desabrigados é gritante em Campinas e nas cidades vizinhas. Essa informalidade atrai também os jovens, que evadem da escola para trabalhar e ajudar a montar a pequena renda das famílias.

É preciso revogar as reformas que atacam os trabalhadores e favorecem os patrões. Não se trata de negociar alguns pontos da Reforma Trabalhista ou da Lei da Terceirização irrestrita, como fazem a CUT e as grandes centrais sindicais, mas de anulá-las completamente porque são responsáveis diretas pela base desta profunda crise social. Se a crise econômica afeta a economia e a produção nacional, a solução não pode ser atacar os trabalhadores e a população pobre que dependem dos serviços públicos e das empresas estatais, como além das reformas mostra a ameaça de corte às pesquisas na área da educação. É preciso enfrentar a minoria de parasitas capitalistas, nacionais e internacionais, um primeiro passo nesse sentido poderia ser o não pagamento da ilegal e fraudulenta dívida pública, que saqueia trilhões de reais dos cofres públicos para entregar aos grandes banqueiros e multinacionais.




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