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#RESISTEUEPB | Crise na Universidade Estadual da Paraíba: lutemos pela sua defesa de forma unitária

quinta-feira 30 de março de 2017 | Edição do dia

Somando-se à calamitosa situação enfrentada pelas universidades estaduais do país – com o emblemático caso da Universidade Estadual do Rio de Janeiro/UERJ e a ameaça de fechamento permanente frente à uma crise do Estado, ligada à crise nacional; ainda o caso da Universidade Estadual de Maringá/UEM onde a reitoria e o governador Beto Richa insistem em atacar o futuro da instituição e da educação pública, desta vez reduzindo recursos para a contratação de professores temporários – a Universidade Estadual de Paraíba/UEPB enfrenta uma de suas maiores crises, que vem resultando em uma intensificação da mobilização nas bases das categorias docentes e discentes.

Os professores da UEPB encontram-se atualmente em estado de greve, promovendo paralisações semanais de atividades em sala de aula. Na última terça feira, dia 28 de março, houve um ato público no centro da cidade de Campina Grande, onde está localizado o Campus I da instituição, onde se promoveu durante toda a manhã e início da tarde atividades de microfone aberto, adesivagem panfletagem e apresentações culturais. A paralisação encabeçada pela base dos professores e pela Associação dos Docentes – ADUEPB visou denunciar e protestar contra a crise na universidade, o congelamento de salários e gratificações e cobrar do Governo do Estado a abertura de diálogo.

O corte de R$ 27 milhões promovido pelo Governo do Estado no orçamento da UEPB para 2017, aprovado pela Assembleia Legislativa, provocará uma crise sem precedentes na instituição, já que dos R$ 317 milhões necessários para garantir o funcionamento da universidade, somente serão repassados R$ 290 milhões. Esse corte acontece mesmo que desde o início da gestão do governador Ricardo Coutinho (PSB), em 2011, a receita total do Estado tenha crescido 31 pontos percentuais acima da inflação*. A juventude, os alunos, os professores, os técnicos e terceirizados da UEPB, juntos com a população do Estado em geral, são os principais atingidos com essa tentativa de desmonte. Atualmente corre-se o risco de perder 2.700 vagas na universidade com a anulação da primeira entrada, o que afetará diretamente a juventude oriunda da classe trabalhadora.

As atividades de pesquisa e extensão também se encontram fortemente comprometidas com o último congelamento e não reabertura de editais de bolsas de pesquisa, iniciação científica e permanência. Essas medidas já foram anunciadas pela reitoria através da Portaria UEPB/GR/0246/2017 que, em caráter de urgência, estabeleceu uma série de medidas administrativas de controle de orçamento.

Professores e técnicos já se encontram com salários defasados, e, há também uma redução no quadro de funcionários e possíveis cortes também no quadro de professores temporários, o que resultará fatidicamente na redução do tamanho da universidade, resultando numa privatização, em longo ou médio prazo, conforme vemos acontecer em todas as IES do país.

Destaca-se também a ausência de concursos para professores efetivos e a precariedade das instalações dos campi fora de sede, como o Campus III, em Guarabira, um problema que se alastra ao passar dos anos e gestões.

Precisamos construir uma forte luta unificada de todos os setores da universidade e a população. No marco de uma crise geral é preciso avançar na construção de uma greve geral dos trabalhadores, que precisa ser também abraçada pela associação dos docentes da instituição, ao aderir o calendário de lutas que prevê paralisação de atividades amanhã, dia 31 de março.

E preciso a unidade na luta da comunidade acadêmica para derrubar a contrarreforma da previdência e a lei de regulamentação de terceirização em todas as atividades! Avançar na luta contra precarização e desmonte do ensino público!

* Dados fornecidos pela ADUEPB.




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