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ECONOMIA INTERNACIONAL | Costa Rica: Banco Mundial projeta contração de 3,3% no PIB do País. Governo ataca com medidas de ajuste

Segundo o banco Mundial, a contração econômica para a América Central será de 3,6% do PIB regional, haveria quedas de remessas e no turismo. O organismo imperialista também considera que o cenário pode “reativar a onda de mal estar social”. O BM apresentou seu informe de Perspectivas Econômicas Mundiais, no qual coloca que esta é a pior crise desde a Segunda Guerra Mundial e a primeira vez desde 1870 que há crises simultâneas em tantos países.

segunda-feira 22 de junho de 2020 | Edição do dia

A dependência econômica como fator de crise

A abrupta desaceleração das economias dos Estados Unidos e China teriam consequências sobre a região. A redução do preço do petróleo e gás, assim como outros produtos básicos, altera as cadeias produtivas em países como Brasil e México, que poderiam ter quedas de 8% do PIB respectivamente.

Para a América Central, a afetação está dada pelo fechamento do comércio, que tem implicações em remessas e no setor do turismo. De conjunto, se projeta que a economia da América Central sofrerá uma contração neste ano de 3,6%, devido às restrições na circulação, nas remessas, no turismo e na queda dos preços agrícolas. Os países da região que sofreriam uma contração mais forte seriam Belize, Honduras e Nicarágua, com 13,5%, 5,8% e 6,3%, respectivamente.

Perspectivas sombrias

Segundo o Banco Mundial “um agravamento do surto geraria pressão sobre os sistemas de saúde e seria devastador para os países cuja capacidade de atenção médica é limitada” e também “uma segunda onda da pandemia nas economias avançadas teria repercussões negativas na região”.

A informalidade do trabalho, a precarização que sofre 47% da classe trabalhadora do país, limita segundo o BM “o alcance dos esforços de assistência social destinados a atenuar o impacto econômico da pandemia”.

Também pontua que o maior endividamento dos governos, o crescimento da dívida externa, aumenta a “vulnerabilidade à pressão do setor financeiro” mais ainda se toma em conta a previsível “alta das taxas de interesse durante uma recuperação, ao mesmo tempo que a escassez de fluxo de efetivos poderia submeter aos balanços das empresas a uma pressão considerável”.

Com respeito ao turismo, o BM aponta abertamente que “é possível que demore para recuperar a demanda dos clientes de serviços de turismo, pessoais e de entretenimento inclusive depois de que a pandemia tenha desaparecido.”

O governo frente a crise

A política de governo e os demais partidos diante deste cenário é a política de ajustes em toda a linha que inclui congelamento de aumentos salariais, venda de ativos do Estado, redução do salário, redução da jornada laboral, etc. Os empresários por sua vez recebem moratórias ao seguro social, reduções no pagamento de serviços como água, luz e eletricidade, política de créditos especiais, etc.

Neste sentido, como vimos, trabalhadores públicos e privados tem recebido um verdadeiro ataque, que o governo e os empresários levaram adiante com a desculpa da pandemia.

O certo nesse caso é que o governo se prepara para que sigam sendo os mesmos setores trabalhadores empobrecidos que levam a pior, enquanto os grandes empresários que vivem da exploração das e dos trabalhadores continuam tendo enormes lucros.

A reativação do mal estar social

Segundo o organismo, “os efeitos negativos sobre o ingresso poderiam reativar a onda de mal estar social do ano passado”, quer dizer, é previsível que diante desse cenário econômico haverá mais lutas nas ruas da classe trabalhadora e outros setores vulneráveis durante a pandemia, como já estamos vendo nos Estados Unidos nas mobilizações contra o racismo.

Diante deste fato, a esquerda, as e os trabalhadores, a juventude precarizada, as e os imigrantes, devemos preparar-nos com uma política para que não continuemos pagando a crise econômica em curso.

Em primeiro lugar é necessário deixar de pagar a ilegítima e impagável dívida externa, que nos submete à dependência das grandes economias capitalistas poderosas, cujas consequências são apreciáveis no informe do Banco Mundial.
Por outro lado, é necessário dar salários de emergência decentes a todos os trabalhadores precarizados que neste momento enfrentam uma duríssima situação econômica.

É necessário também estruturar a indústria para colocá-la em função de deter e contar a pandemia, pois não é nada seguro que o pior já tenha passado ou que esteja passando neste momento.

Diante os milhares de demissões, redução de jornada e salário, os sindicatos devem assumir um papel em defesa da classe trabalhadora, pois somente simples declarações não bastam. É necessário levantar um plano de luta em defesa das e dos trabalhadores, tal como estão fazendo diversas categorias de trabalhadores no equador, Chile e Brasil.




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