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Contrato ainda mais precário é o que quer o governo Leite para os professores do RS

Em entrevista com Juremir Machado e Taline Opptiz, o secretário da educação do RS, Faisal Karam, assume que os contratos temporários de professores não possuem fundo de garantia, nem direitos estatutários. Afirma ainda que, embora o Estado não fará concursos públicos, os professores, alguns dos quais já estão há mais de 20 anos nesse contrato precário pela falta de concursos, terão seus contratos rompidos em dezembro a cada ano e passarão por processo seletivo para serem recontratados ao fim de fevereiro.

sábado 10 de agosto de 2019 | Edição do dia

A única coisa que importa para este governo são números. Pouco se importando com a vida e a saúde dos profissionais da educação o governo protagonizou demissões de gestantes e professores com doenças graves após mais de 15 dias de laudo médico. A categoria do magistério gaúcho adoece, e Eduardo Leite e Faisal Karam, atual secretário da educação, tratam da questão como se não fosse responsabilidade do Estado. Mas não há argumentos, a responsabilidade é do Estado que mantém salários congelados, defasados em 102%, e atrasados há mais de 40 meses.

A luta contra a precarização não tem outro caminho senão as ruas. Enquanto a direção do CPERS iludiu a categoria com uma espera inútil por diálogo com Eduardo Leite, alinhados com as centrais sindicais (apesar de não manter filiação a nenhuma) contribuiram em dividir a luta dos professores da luta estudantil em maio. Nem sequer chamaram assembléia para que a adesão da categoria fosse massiva no dia 15 e 30 de maio junto aos estudantes (mesmo assim muitas escolas aderiram), seguiram o calendário das centrais sem travar uma luta para antecipar a greve geral do dia 14 de junho e assim unificar trabalhadores e estudantes numa só luta contra a reforma da previdência e os ataques à educação de Bolsonaro e Leite.

Depois assistimos uma verdadeira traição das centrais no 14J, pois não colocaram peso algum nas ruas, nem sequer muitos de seus militantes. Lembrando também que depois do 14J não se tocou mais no assunto greve geral nem no dia da aprovação da reforma da previdência na câmara. Além disso a direção do CPERS usou sua força política para aprovar em assembleia da categoria no dia 12 de abril paralisações esparsas, no dia seguinte do não pagamento do salário em cada mês.

Assim, ao invés de acumular forças e mobilizar a categoria para uma luta consistente, foram despressurizando as energias da categoria. Mais do que nunca é necessário exigir da direção do CPERS que rompa com essa trégua com Eduardo Leite e prepare a categoria para uma resistêcia forte pelo salário em dia, pela reposição salarial, e principalmente pelos direitos dos professores e funcionários contratados lutando pela efetivação imediata de todos, já que o governo anunciou que não irá mais realizar concursos públicos.

Se o Estado está em crise, não tem que ser o funcionalismo público o responsável por pagar pela crise. Não foram os professores que criaram essa crise. Que paguem por ela os grandes sonegadores gaúchos com o confisco de seus bens sem indenização; que o governo do Estado acabe com as bilionárias isenções fiscais. Essa crise foi criada pelos capitalistas, é preciso exigir que os ricos paguem pelo que criaram, e não os serviços públicos e os trabalhadores. No próximo dia 13 existe um chamado para sair às ruas, é preciso unificar todas as lutas em uma só, contra a reforma da previdência, os cortes na educação, o programa future-se, e também contra os ataques aos professores contratados no RS. Contra Bolsonaro e Leite: uma só luta!




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