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MÁFIA DAS MERENDAS | Contra reorganização e merendão: Estudantes em ação!

Governos, Justiça Burguesa, deputados corruptos, seguidores da FIESP: Ato de secundaristas questiona todos e coloca juventude em cena mais uma vez

Allan CostaMilitante do Grupo de Negros Quilombo Vermelho - Luta negra anticapitalista

quarta-feira 30 de março de 2016 | Edição do dia

A prisão de 7 suspeitos por envolvimento na chamada "máfia das merendas" durante a operação Alba Branca no dia de ontem (29), demonstra que as investigações seguem se aproximando do PSDB e do Governador do Estado de SP mas sem tocá-los diretamente, deixando no ar a possibilidade de que a prisão dos "peixes-menores" mantenham intocáveis os grandes tubarões devoradores de merenda. No mesmo dia, porém, um importante ato de secundaristas tomou as avenidas do centro da cidade, deixando claro que, se depender dos estudantes que já venceram Alckmin no ano passado, os ladrões de merenda não passarão impunes.

Os secundaristas bloquearam parcialmente os acessos da Assembléia Legislativa de São Paulo e depois ocuparam uma das principais entradas do prédio onde fizeram um jogral denunciando a continuidade do projeto de reorganização escolar que segue silenciosamente fechando mais de mil salas de aula por todo o estado, afirmando que não haverá sossego ao governo e deixando claro que a disposição para "ocupar e resistir" é uma das características mais marcantes dessa juventude.

Outro importante exemplo dado pelos secundaristas é a não confiança em instituições claramente carcomidas desse sistema, como a justiça burguesa. Uma lição que o principal sindicato de professores de SP, a APEOESP, essencialmente burocrática, se nega a aprender, uma vez que alardeou um "ato" nessa mesma Assembléia Legislativa para pedir aos deputados que abrissem uma CPI contra eles mesmos e que, obviamente, não teve efeito nenhum.

Na sequência, os estudantes seguiram para a Av Paulista onde continuaram com suas lições: Dessa vez, ao passar diante do prédio da FIESP, local que virou símbolo dos atos da direita pelo Impeachment e contra o governo Dilma, os estudantes cantaram palavras de ordem que questionavam a seletividade dos manifestantes que fazem vistas grossas aos casos de corrupção de Alckmin e do PSDB. A tropa de choque interviu reprimindo os estudantes com spray de pimenta.

Não será pela mão das polícias e da justiça que serão atendidos os anseios dessa juventude e ela sabe bem disso. Somente uma investigação popular independente sobre os casos de corrupção seria capaz de punir de verdade os casos de corrupção como os da "Merendão", "Petrolão", "trensalão", etc. Uma investigação que culminasse na expropriação dos bens dos culpados e que o dinheiro fruto do roubo do povo fosse revertido aos cofres da educação novamente.

Essa é a força da juventude que foi às ruas em Junho de 2013 e que venceu Alckmin em 2015. A juventude que não marchou de verde e amarelo nos atos pelo impeachment mas também não se vê representada na defesa do governo Dilma, nem carrega consigo as ilusões no petismo das gerações anteriores. Com disposição para ir às ruas ao lado dos trabalhadores e confiar nas próprias forças na busca por um futuro que verdadeiramente lhes pertença e que seja mais do que a miséria do possível que este sistema é capaz de lhes oferecer.




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