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Contra os ataques da patronal, metalúrgicos do ABC iniciam greve

Em campanha salarial desde 1º de setembro, data-base da categoria, os metalúrgicos aprovaram greve em algumas empresas do ABC.

quinta-feira 26 de outubro de 2017 | Edição do dia

Em assembleia ocorrida ontem, os trabalhadores da categoria metalúrgica do ABC aprovaram as propostas apresentadas pelos grupos patronais de Estamparia, Fundição e Grupo 8, que reúne os sindicatos de empresas de trefilação, laminação e artefatos de metal. Conduzida pela Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT (FEM), a negociação, garantiu a reposição da inflação do período pelo INPC - de 1,73% - e a renovação das convenções coletivas de trabalho assinadas no ano passado com a inclusão de uma “cláusula de salvaguarda”, que busca assegurar aos trabalhadores que as alterações previstas pela reforma trabalhista, na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), não sejam aplicadas sem que haja negociação com o Sindicato.

Já nas empresas dos Grupos 3, 10 e Sindicel, que ainda não apresentaram propostas para negociação, os trabalhadores também decidiram iniciar uma série de paralisações. Já na manhã de hoje, cerca de 1,3 mil trabalhadores entraram em greve nas fábricas Parker e Nakata, em Diadema, e ZF e Fiamm, em São Bernardo. O movimento deve continuar nos próximos dias, mas as empresas que se comprometerem a assinar acordo diretamente com o Sindicato não serão paralisadas.

Os Grupos 8, Forjaria e Estamparia representam 14 mil trabalhadores na base do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Com o grupo 2, que representa cerca de 13,4 mil trabalhadores, a convenção coletiva também já está assinada, pois a negociação feita em 2016 tem validade por dois anos. Como as montadoras negociam em separado e fecham, em geral, acordos coletivos de longo prazo, a campanha salarial de 2017 já está finalizada para cerca de 75% dos trabalhadores da base, faltando os cerca de 9, 5 mil trabalhadores do grupo 10 e os 14 mil do grupo 3. Em todo estado de São Paulo estão em campanha salarial cerca de 198 mil metalúrgicos, divididos nos grupos listados abaixo.

Bancadas patronais da Campanha 2017

• Grupo 2
Máquinas/equipamentos elétricos e eletroeletrônicos
• Grupo 3
Peças, parafusos e forjaria – Sindipeças, Sindiforja e Sinpa
• Grupo 10
Lâmpadas; equipamentos odontológicos; mecânica; material bélico; entre outros
• Estamparia
• Fundição
• Subdivisões do Grupo 8
– Sindicel (condutores elétricos, trefilação e laminação de metais não ferrosos)
– Sicetel (trefilação e laminação de metais ferrosos) e Siescomet (Esquadrias e construções metálicas)
– Sinafer (ferros, metais e ferramentas), Sianfesp (artefatos de metais não ferrosos) e Simefre (equipamentos ferroviários e rodoviários)

Maíra Machado, professora da rede estadual e ex-candidata a vereadora mais votada do PSOL no ABC declarou: “Precisamos nos solidarizar e prestar todo apoio a greve dos metalúrgicos no ABC. No próximo dia 10 de novembro, está previsto para entrar em vigência a reforma trabalhista, um enorme ataque ao conjunto da classe trabalhadora que visa retirar direitos históricos conquistados em base a muita luta. As greves e resistências contra a implementação desse ataque nas categorias são um importante ponto de apoio, para assim como no Rio Grande do Sul podermos expandir nossa luta pela anulação imediata da reforma trabalhista. Somente com a força dos próprios trabalhadores, retomando os sindicatos das mãos das burocracias traidoras da CUT, CTB e Força Sindical, é que podemos fazer dessas entidades ferramentas para nossa luta contra aos ataques do governo golpista e de toda a burguesia.”

Foto: Adonis Guerra




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