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BUENOS AIRES | Contra a ofensiva na Venezuela, a esquerda argentina marchou até a embaixada dos EUA

A Frente de Izquierda (PTS, PO e IS) juntamente com o MAS e o MST marcharam até a sede diplomática para repudiar Trump e seu avanço golpista no país latino-americano.

quarta-feira 27 de fevereiro de 2019 | Edição do dia

Texto da convocação:

A Frente de Izquierda (junto com o MAS e o MST) convoca uma mobilização na embaixada ianque em Buenos Aires, para repudiar a tentativa de golpe na Venezuela e a autoproclamação de Juan Guaidó como presidente, abençoado por Trump e seus agentes na América Latina: Bolsonaro, Macri e Piñera.

Este intervencionismo imperialista tenta se justificar falando em nome da "democracia" e dos "direitos humanos". Mas aqueles que o comandam são historicamente impulsores do golpismo e subjugação a todos os povos do mundo, começando pelo imperialismo ianque.

O mesmo pode ser dito do ultra-reacionário Bolsonaro, que reivindica a ditadura brasileira, ou do direitista Macri, que promove uma escalada repressiva na Argentina e faz parte de uma corrente política que apoiou todos os golpes militares na Argentina.

Repudiamos o reconhecimento que o presidente Macri fez ao pseudo-presidente Guaidó, assim como seu representante na Argentina, e exigimos a retirada da Argentina do grupo de Lima, um aríete do imperialismo na região.

Denunciamos o brutal cerco econômico que o imperialismo estabeleceu contra a Venezuela, ordenando a intervenção sobre ativos daquele país nos Estados Unidos, bem como a ameaça declarada de apelar a uma invasão militar, para assegurar os objetivos do golpe.

Ao mesmo tempo, destacamos também o caráter golpista e intervencionista daqueles que reivindicam esses mesmos objetivos através de uma suposta "mediação" ou "diálogo", cujo pressuposto é sustentar a extorsão econômica e política sobre a Venezuela. É o caso do grupo de Montevidéu, criado pela União Européia.

Na Argentina, o Massa, Pichetto, Urtubey, nucleado na Alternativa Federal, se prontificaram à cruzada golpista contra a Venezuela. Por seu lado, e enquanto Cristina Kirchner pede silêncio, seu bloco legislativo adere à política da falsa "mediação" imposta pela União Européia e pelo Vaticano.

O nosso repúdio ao golpe imperialista não implica nenhum apoio político ao regime bolivariano, que é responsável por ter conduzido o povo venezuelano a um cerco.

O chavismo estabeleceu um regime de poder pessoal e estatização das organizações populares, tendo o Exército como principal pilar de sustentação principal.

O chavismo não alterou as relações de propriedade e, quando a crise mundial decantou na queda dos preços do petróleo, não hesitou em transferir o peso da crise para as massas, com desvalorizações e tarifaços.

O governo venezuelano levou o salário a 6 dólares, causou uma catástrofe social e milhões de refugiados. Governou compactuando com multinacionais (empresas mistas em petróleo e mineração) e em favor dos grandes empresários nacionais e da "boliburguesia" militar e civil, e pagam a dívida externa pontualmente.

O governo de Maduro também eliminou a validade dos acordos coletivos que levaram à onda uma de greves no final do ano passado.

A oposição pró-EUA se apoia no descontentamento popular, mas se ela prevalece, não irão fazer mais que submeter o povo a novas privações e a recolonização econômica integral.

A alternativa é a mobilização operária e popular contra os planos de ajuste, a expulsão da burocracia oficialista dos sindicatos, para ganhar a independência das organizações dos trabalhadores e por um governo genuinamente dos trabalhadores e do povo.

A partir desse entendimento comum, chamamos a nos mobilizar na Argentina e em todo o continente, em oposição à tentativa de golpe e a qualquer tipo de interferência imperialista, e propomos um programa de trabalhadores de emergência:

• Não ao pagamento da fraudulenta dívida externa e repatriamento forçado de capitais.

• Não às empresas mistas, 100% do petróleo estatal sob o controle de seus trabalhadores e técnicos.

• Confisco da propriedade daqueles que saquearam o país, para dispor desses recursos para as necessidades urgentes do povo e do país.

• Respeito total aos acordos coletivos e um salário igual à cesta básica indexada de acordo com a inflação.

• Controle de preços exercidos pelos trabalhadores e comunidades, com delegados eleitos.

• Controle operário da produção e distribuição, sem governo ou burocratas militares: reincorporação de todos os demitidos.

• Rechaço às demissões nos setores público e privado, ocupação e produção sob controle operário - sem os militares ou o governo - de qualquer empresa que demita ou ameace fechar.

• Liberdade para os trabalhadores presos por lutar e anulação dos julgamentos contra trabalhadores, camponeses e todos aqueles processados ​​por protestar.

Com esta proposta, nós chamamos a uma mobilização na Embaixada dos Estados Unidos em Buenos Aires contra esta tentativa de golpe.

Fora com o imperialismo da Venezuela e da América Latina!

Lutamos por uma saída política dos trabalhadores para a Venezuela e para a unidade socialista da América Latina!




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