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13A | Contra Weintraub e Bolsonaro estudantes e professores protestam no Ceará

Na manhã desta terça, 13, estudantes, professores e trabalhadores da educação realizam atos em Fortaleza, Cascavel, Iguatu e Sobral, no estado do Ceará. O protesto tem como bandeiras o repúdio ao projeto Future-se e à Reforma da Previdência, aprovada em segundo turno na Câmara dos Deputados.

terça-feira 13 de agosto de 2019 | Edição do dia

Foto: G1 divulgação.

Logo pela manhã muitos jovens estudantes, professores e trabalhadores de vários setores da educação se reuniram na capital do Ceará, Fortaleza, e também estão acontecendo atos na região metropolitana e no interior do estado, se incorporando aos atos nacionais em defesa da educação e rechaço ao governo Bolsonaro. Após as massivas manifestações dos dias 15 e 30 de maio, quando a juventude protagonizou o primeiro levante contra o governo de extrema-direita de Bolsonaro, esse dia 13 acontece em meio a aprovação da nefasta Reforma da Previdência e diante da ameaça às universidades públicas, sobretudo as federais, materializada no projeto Future-se.

O Future-se, a despeito do nome e propaganda feita pelo executivo financeiro que hoje dirige o ministério da educação, Abraham Weintraub, é um projeto que busca entregar o ensino superior público à especulação financeira e à administração mercadológica de Organizações Sociais. Com a desculpa esfarrapada de que isso aumenta a “autonomia administrativa” das universidades, Weintraub e Bolsonaro querem, junto aos grandes empresários, controlar e censurar a produção de conhecimento e a liberdade de pensamento, além de entregar os recursos e produção intelectual de nosso país nas mãos do capital financeiro. Ou seja, na verdade eles querem acabar com a autonomia universitária. O Future-se se soma aos ataques anteriores, que cortou mais de 30% do orçamento das universidades federais e já se expressa na ameaça de fechamento de várias destas por falta de estrutura mínima de funcionamento.

Conheça a trajetória do ministro que deseja entregar a educação pública ao capital financeiro

O ataque frontal de Bolsonaro à educação está combinado ao ataque brutal contra a vida dos trabalhadores de nosso país. A ilustração disso está no fato de que para conseguir aprovar a Reforma da Previdência o governo comprou o voto de centenas de Deputados, com mais de 3 bilhões em verbas, dos quais ao menos 1 bilhão saiu da Educação. E a nova ordem que Bolsonaro, Weintraub e os apoiadores de suas políticas querem estabelecer via Future-se, “carteira verde e amarela” e Reforma da Previdência promove também uma simbiose entre uma educação entregue à privatização, precarização e elitização ainda maior do acesso, e uma perspectiva de trabalho radicalmente precarizada, com contratos intermitentes ou na informalidade ultra-exploratória (como mostra a onda Uber, Rappi e companhia), sem direitos e sem perspectiva de se aposentar para a maioria esmagadora da população.

Mas Bolsonaro e Weintraub não encontram um caminho aberto para aplicar seus planos. Como ficou evidente nos dias 15 e 30 de maio, a juventude pode ser um enorme obstáculo contra esse projeto de educação reacionário, assim como tem o potencial de se unificar aos trabalhadores para enfrentar a Reforma da Previdência e cada ataque planejado pelo governo. No entanto, em contraposição à proporção desses ataques, a burocracia da UNE, comandada a décadas pela UJS-PCdoB, não veio impulsionando um movimento à sua altura. Ao se recusar a unificar a luta da educação com a luta contra a reforma da previdência, a entidade abriu espaço para a desmoralização do movimento, com a aprovação da reforma da previdência na Câmara e o avanço autoritário do governo. Contra a ação traidora das burocracias, sindicais e estudantis, é necessário batalhar pela construção de um pólo antiburocrático que construa um plano de lutas consequente, organizado na base para estar à altura de barrar os ataques do governo Bolsonaro à educação e à classe trabalhadora.




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