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Democracia operária | Congresso dos Metroviários aprova rotatividade dos diretores liberados do Sindicato a cada dois anos

A partir da próxima gestão da diretoria do Sindicato dos Metroviários, os dirigentes sindicais não poderão ficar mais do que 24 meses liberados do trabalho para mandato sindical, uma importante resolução do Congresso para ampliar a democracia operária e combater a burocratização no Sindicato.

sexta-feira 17 de dezembro de 2021 | Edição do dia

O 13° Congresso dos Metroviários teve entre seus debates a organização de base da categoria, a organização do sindicato e seu estatuto.

Nós, do Movimento Nossa Classe, defendemos junto aos companheiros do Alternativa Sindical de Base (PSTU, CST, LS, MES e independentes) e do Luta Metroviária (LSR) em nossa tese comum, pontos importantes como as assembleias democráticas, a eleição dos delegados sindicais de base prevista em estatuto, os mesmo direitos e condições financeiras entre os dirigentes sindicais e a base, e que o conselho consultivo passasse a ser deliberativo.

E juntos também defendemos a necessidade da rotatividade dos dirigentes sindicais liberados, como forma de combater qualquer distanciamento destes com a base, aumentando sua burocratização, para que os diretores liberados não possam ficar afastados do trabalho por muitos anos e assim irem adquirindo uma condição diferente e privilegiada diante da base da categoria.

Em nossa tese geral do Movimento Nossa Classe, no tema da a organização de base da categoria e o estatuto do sindicato defendemos que é necessária a mais ampla democracia operária em nossa categoria e que é papel dos sindicatos e de seus dirigentes em especial essa garantia. Os sindicatos devem servir como ferramentas de luta revolucionária pelo fim da opressão e exploração. Ao mesmo tempo, devem ser escolas para os trabalhadores aprenderem a tomar decisões e dirigirem uma nova sociedade. Por isso, defendemos a liberdade de tendências políticas nos sindicatos como uma questão fundamental. E consideramos a proporcionalidade em nossa diretoria como a melhor forma para que todas as posições se expressem e se permita acelerar a experiência da base da categoria com as diferentes posições. Além disso, a independência financeira do sindicato em relação ao estado. Também defendemos em nossa tese, para os momentos de greve, o comando de greve formado por representantes eleitos na base, que conduziria a preparação e a direção da greve, estando a diretoria do sindicato diluída neste organismo.

Essa resolução de maior rotatividade dos diretores sindicais liberados foi aprovada no Congresso. Além do limite de 24 meses de afastamento, o diretor liberado deverá permanecer trabalhando ao menos pelo mesmo período em que esteve afastado para que possa voltar a ser liberado. Essa é uma importante conquista que amplia a democracia operária na nossa categoria. Ainda mais diante da ofensiva, que acabou fracassada, da burocracia sindical da Unidade Metroviária (CTB/PCdoB), que compõe a Chapa 1, para avançar na burocratização de nossa entidade e restringir a democracia de base. Em sua tese, defendiam o fim dos delegados sindicais de base, a ampliação da duração do mandato da diretoria do sindicato de três para quatro anos, votações virtuais para eleições sindicais, além de uma mudança estatutária, onde o sindicato não representaria mais os terceirizados.

Toda essa ofensiva da CTB/PCdoB acabou se transformando em recuo diante do amplo rechaço a tais propostas e nem foram levadas à votação. Foi de extrema importância a unidade dos setores da esquerda e no próximo período é preciso fazer valer resoluções importantes como essa, que fortalecerão o Sindicato das Metroviárias e Metroviários e nossa categoria.




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