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CRISE NOS EUA | Confirmado: Trump enfrentará seu segundo julgamento político

A Câmara de Representantes votou na tarde dessa quarta a destituição de Trump, que passa agora para o Senado.

quarta-feira 13 de janeiro de 2021 | Edição do dia

No dia de hoje se levou a cabo uma seção na Câmara de Representantes para votar um novo julgamento político contra o presidente Trump depois da invasão ao Capitólio na semana passada. A votação terminou com 232 votos a favor e 197 contra, enquanto o necessário para aprovar o julgamento político era de 217.

A bancada democrata da Câmara de Representantes apresentou na segunda-feira a acusação para iniciar um impeachment contra o atual presidente em posse, Donald Trump. Foi depois de os republicanos bloquearem um pedido ao vice-presidente Mike Pence para destituí-lo por incapacidade.

Embora se inicie o processo de destituição do presidente, ainda falta a instância do Senado; com isso, Trump já conta com dois julgamentos políticos durante seu mandato, um feito sem precedentes nos Estados Unidos.

Os democratas, com maioria na Câmara Baixa, levam adiante esse julgamento político sob a acusação de "incitação à insurreição".

A maioria a favor da destituição do presidente em função foi graças ao respaldo da bancada democrata, e 10 deputados republicanos que também votaram contra o atual presidente: Adam Kizinger, deputado de Illinois; Liz Cheney, deputado de Wyoming; John Katko, de Nova York; e Fred Upton, por Michigan.

Muitos dos republicanos que falaram na seção responsabilizaram Donald Trump pelos feitos ocorridos na quarta-feira da semana passada no Capitólio, porém afirmaram que não tinha sentido levar adiante um impeachment a 7 dias do fim do seu mandato.

O processo de impeachment ao qual se deu início terá sua continuidade no Senado, mas uma vez que o presidente eleito tenha assumido o poder o objetivo já não será a destituição do mandatário e sim a inabilitação para exercer futuros cargos políticos.

Depois dos feitos da semana passada em Washington, com a irrupção, no Capitólio, de grupos de direita e seguidores de Donald Trump, os edifícios oficiais se encontram militarizados e se leva a cabo um enorme destacamento policial.

Esse impeachment expressa a necessidade de enviar uma mensagem política, a uma semana do fim do mandato de Donald Trump, o qual se encontra cada vez mais isolado, depois que vários dos seus ministros deixaram seus cargos e se distanciou de Pence.

Provavelmente esse julgamento não terminará com a destituição do cargo antes do tempo, os democratas também necessitariam do apoio de vários republicanos no Senado. Ainda são poucas as possibilidades de que os democratas obtenham uma maioria de dois terços das 100 cadeiras do Senado para destituir Trump antes de que deixe o cargo.

A irrupção dos seguidores de Trump e setores da ultradireita levaram os EUA a uma grande crise, mas também aprofundaram a muito má imagem que tem a hegemonia norte-americana pelo mundo, e obrigaram a cerrar fileiras a favor do bipartidarismo imperialista.

A polarização e a rachadura política e social seguem abertas, com 73% dos 74 milhões dos votantes de Trump que defendem que houve fraude, e 45% que vêm de forma positiva a tomada do Capitólio.

A administração democrata já começou a demonstrar certa preocupação pela possibilidade de que o processo se estenda mais do que o necessário, tingindo de cinza o período de lua de mel de Biden.

A base eleitoral democrata, composta em parte por trabalhadores, jovens e um grande setor dos movimentos antirracistas, entre outros, serão o outro elemento com o qual Biden deverá lidar, já que se esperam medidas para resolver a profunda crise que atravessa o país.

(Matéria em desenvolvimento)




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