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IMPUNIDADE | Condenado por estupro, irmão de Garotinho assume mandato de deputado

Nelson Nahim, irmão de ex-governador do Rio de Janeiro, condenado em junho do ano passado por exploração sexual de menores, assume como deputado federal no lugar de Índio da Costa.

sexta-feira 6 de janeiro de 2017 | Edição do dia

Condenado a 12 anos de prisão em junho do ano passado, Nelson Nahim (PSD-RJ), irmão do ex-governador do Rio de janeiro Anthony Garotinho, reassumiu na quarta-feira (4) uma vaga na Câmara dos Deputados no lugar de Índio da Costa (PSD-RJ, que que no dia primeiro de janeiro se licenciou do mandato para assumir a Secretaria de Urbanismo, Infraestrutura e Habitação da prefeitura do Rio de Janeiro.

Nahim foi condenado em primeira instância, junto com outras 13 pessoas, por prática de estupro, coação no curso do processo e por infringir o artigo 244 do Estatuto da Criança e do Adolescente, que trata da submissão de criança ou adolescente a prostituição ou exploração sexual. O caso ficou conhecido como “Meninas de Guarus”.

Ele ficou preso por apenas 4 meses. No dia 27 de outubro, Nahim conseguiu um habeas Corpus e foi solto. Esta é a segunda vez que ele assume mandato na Câmara e, por isso, não teve que tomar posse na Casa. Em 2015, Nahim assumiu como suplente em 15 de dezembro, mas permaneceu na Câmara apenas um dia, afastando-se no mandato no dia 16 de dezembro do mesmo ano.

Ao todo, 14 pessoas foram condenadas no caso, que começou a ser investigado desde 2009. Segundo as investigações, que duraram 7 anos, os réus mantinham e exploravam sexualmente crianças e adolescentes, entre 8 e 17 anos, em uma casa em Guarus, distrito de Campos. Pelo menos 15 crianças, todas pobres, foram cooptadas e mantidas em cárcere privado sob vigilância armada, elas só deixavam o local para programas sexuais, sendo obrigadas a se drogar antes. Segundo o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, elas chegavam a fazer 30 programas por dia.

Pelos programas realizados, recebiam comida e drogas e, em alguns casos, uma parte do valor pago pelo "cliente". O bando também firmou convênios com proprietários de hotéis e motéis locais, onde parte dos encontros era realizada.

No total, 20 pessoas foram denunciadas pelos promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MP. A juíza Daniela Barbosa Assumpção de Souza, em exercício na 3ª Vara Criminal de Campos, condenou 14 e absolveu 6 dos denunciados. Outros acusados do esquema receberam penas maiores que a do deputado.




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