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GIGANTES DO MERCADO FINANCEIRO | Concentração no mercado bancário dispara em tempos de crise

Segundo dados relativos a setembro de 2016, os quatro maiores bancos do país (Banco do Brasil, Itaú, Caixa Econômica e Bradesco) concentram cerca de 72% do total de ativos das instituições financeiras comercias e cerca de 80% do mercado de crédito. Consolidação da compra das operações brasileiras do HSBC pelo Bradesco e do Citibank pelo Itaú devem acelerar mais os índices de concentração.

segunda-feira 16 de janeiro de 2017 | Edição do dia

Ao mesmo tempo em que o governo golpista de Temer tenta aliviar tensões de um cenário de cada vez mais recessão, rebaixando, por exemplo, a taxa SELIC como tentativa de dar algum fôlego à retomada da atividade econômica; vemos se acelerarem os ritmos de concentração no mercado bancário. Concentração que equivale à concentração de poder para definir desde as taxas de juros para concessão de crédito ao consumidor até os rumos da política econômica no país

Não é de hoje que os donos dos bancos controlam muito mais do que seus próprios bancos. Na história recente, antes do golpista Temer emplacar um figurão do Itaú, Ilan Goldfajn, no Banco Central (com Henrique Meirelles na Fazenda), o governo Dilma já havia colocado em destaque no seu ministério um representante do Bradesco, Joaquim Levy, na Fazenda.

Com essa trajetória aquela máxima de denúncia do capitalismo, que diz que o Estado é o comitê executivo da burguesia, fica mais cristalina, com os bancos galgando e aparelhando mais aberta e diretamente espaços dentro do Estado brasileiro para seguir garantindo seus interesses.

Papel dos bancos públicos na crise tende a reforçar trajetória privatista dos lucros e de socialização das perdas

Quando o governo do PT lançou mão da Caixa e do BB, entre os períodos de 2009 e 2012 mais destacadamente, para tentar frear a crise internacional no Brasil por meio do barateamento e ampliação do acesso ao crédito, focando nos setores de baixa renda, pode-se achar, num primeiro momento, que foi uma medida que fortalecia o papel dos bancos públicos.

Sem dúvida BB e Caixa ganharam posições no mercado bancário após essa determinação do governo petista. No entanto, o fizeram incorporando cada vez mais a lógica privatista de seus concorrentes na gestão pública. A expansão via precarização e terceirização do trabalho, estruturada pelo cada vez maior endividamento das famílias, as políticas cada vez mais assediadoras pra alavancar o valor das fatias dos bancos públicos que podem atrair investimentos privados (seguros, cartões).

O governo golpista de Temer agora tenta colher os frutos da gestão privatista dos bancos públicos, aprimorada nos governos do PT, sinalizando para o mercado quais as fatias mais lucrativas serão colocadas à sua disposição, ao mesmo tempo que “generosamente” disponibiliza os balanços dos mesmos bancos públicos para acomodar prejuízos de empresas privadas. A Sete Brasil e a Oi estão aí pra contar essa história.

Ou seja, mesmo com 2 dos 4 maiores bancos serem públicos, ou 1,5 de 4 (considerando o regime de economia mista do BB), não significa qualquer modificação na trajetória de concentração do mercado bancário nas mãos dos interesses privados.

Quem mais uma vez paga essa conta é a maioria da população, que não bastasse ser golpeada pelo desemprego e inflação, cortes na saúde, educação e previdência, é também golpeada pelo endividamento. Enquanto os trabalhadores bancários pagam com mais assédio, demissões e terceirização.

Para nós, os 99% de brasileiros, uma saída verdadeira para esta crise não vai estar nas mãos dos grandes empresários e seus golpistas, tampouco nas mãos traidoras do PT.




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