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BRINCANDO COM A VIDA | Companhias aéreas demitiram 600 mecânicos de manutenção preventiva desde 2016

quinta-feira 23 de fevereiro de 2017 | Edição do dia

As companhias aéreas brasileiras demitiram desde o início de 2016 mais de 600 mecânicos de manutenção preventiva de aviões que ficam nas pistas dos aeroportos, Sindicato Nacional dos Aeroviários. Foram 550 demissões em 2016 e mais de 60 em Janeiro deste ano. A entidade afirmou que em alguns casos, o próprio piloto tem feito parte do trabalho de vistoria.

O engenheiro de manutenção preventiva é aquele que verifica está tudo em ordem com os aviões que pousam nos aeroportos, para que possam decolar em seguida com passageiros, acompanhando a chegada do avião, vistoria a fuselagem externa e os sistemas hidráulico, elétrico e pneumático e analisam as luzes e equipamentos de navegação, como superfícies de comando e asas, identificando eventuais riscos e danos.

O salário do mecânico de pista iniciante varia de R$ 2.700 a R$ 3.600, mas pode chegar a mais R$ 7 mil, dependendo do tempo em que trabalha na empresa. O que está em jogo nesta economia lucrativa para as companhias aéreas é a segurança dos passageiros. Ao portal G1, as companhias disseram que a reestruturação no quadro de funcionários não afetam a segurança e que mantêm mecânicos nas pistas, e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) afirma que aeronaves estão mais modernas e não há exigência de um mecânico para a tarefa de inspeção. No entanto, a informação é desmentida pelo sindicato da categoria, que afirma que o serviço agora é prestado por empresas terceirizadas, ou até é feito pelo próprios pilotos.

O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego confirmam os números do Sindicato dos Aeroviários. Em 2016, foram dispensados 1.319 mecânicos de manutenção de aeronaves (englobando mecânicos de pista e hangares): 874 demitidos e 230 tiveram contratos encerrados. As demissões ocorreram em sua maioria em: São Paulo (519 dispensados), Rio de Janeiro (295), Rio Grande do Sul (164), Goiás (141) e Minas Gerais (44).

Com as demissões, o trabalho passou a ser realizado por funcionário terceirizados, profissionais sem formação técnica e em alguns casos pelo próprio piloto, afirmou explica o diretor do sindicato José Ivânio Gonçalo da Silva, que também integra a Associação Brasileira dos Mecânicos de Manutenção para o G1. Por trás da disputa entre a empresa que quer aumentar os lucros e os trabalhadores que são demitidos, está a segurança dos passageiros já que, visando apenas a obtenção de lucro, a segurança neste meio de transporte privado é um dado na planilha de custos.

Tanto é que publicamos esta notícia apenas um dia após um avião da empresa Latam pegar fogo no aeroporto de Congonhas, zona sul de São Paulo, atrasando vôos e causando cancelamento de decolagens programas para esta quinta-feira.




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