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Como funciona a teoria do caos na prática

Teoria do caos: Ou como se apropriar do que é dos outros implantando o caos.

segunda-feira 16 de abril de 2018 | Edição do dia

1. Todos/as que têm mais de dois neurônios (ops!, isso exclui patOtários e assemelhados) sabem que o Brasil sofreu um golpe de Estado.

2. Temer é o retrato de seus apoiadores (os golpistas profissionais, que se locupletam com o golpe; e os patOtários, que serão prejudicados pelas “reformas” do usurpador).

3. Muitos/as acreditam, com certa razão, que a incompetência de Temer e seus bajuladores é a responsável pelo caos que assistimos ao vivo, 24 horas por dia, desde a ascensão da guadrilha PMDB&PSDB, sem votos (sem legitimidade), ao poder.

4. Entretanto, apesar de concordarmos com o fator incompetência, amplamente identificado por analistas de diversos quadrantes, acreditamos que haja uma força gravitacional mais forte a presidir esse estado de coisas.

5. Não, leitores/as, não estamos nos referindo a forças sobrenaturais, diabólicas ou congêneres.

6. Sempre seguindo a racionalidade, para não cairmos em desvãos desnecessários e improdutivos, chegamos a conclusão distinta de demais observadores/as da realidade brasileira e de seu real significado.

7. Entendemos que as teorias mais simples são mais capazes de explicar um fenômeno do que as mais complexas.

8. Portanto, a atenção ao que é escancarado, porém utilizado em outras ocasiões como fator de distração, pode ser a chave de compreensão que buscamos para responder ao questionamento principal sobre o que ocorre no Brasil.

9. Nesse sentido, chegamos à seguinte conclusão: o caos instalado no país é produzido de forma deliberada. Antes de ficarem assustados/as e/ou incrédulos/as, acompanhem até o último item.

10. Como funciona a teoria do caos na prática? É muito fácil. Vejamos como as coisas se sucederam do golpe para cá:

10.1 Golpe de Estado parlamentar-jurídico-policial-midiático-financeiro apeou do poder uma presidenta honesta e empossou uma quadrilha, sem votos, para assaltar sem restrições o Estado e entregar as riquezas do Brasil às multinacionais (questão geopolítica colonial), que ofereceram suporte de diversas naturezas aos golpistas internos.

10.2 Destruir direitos sociais e políticos, entregar de bandeja a soberania nacional, ou seja, todas as riquezas e patrimônios do povo brasileiro.

10.3 Esses compromissos assumidos pelos usurpadores tiveram aval/beneplácito das instituições que, legalmente, estariam encarregadas de bloquear o estupro da Constituição, mas fizeram vistas grossas à passagem e marcha batida do exército imperial, diretamente, ou através de seus acólitos domésticos.

10.4 Os enormes déficits fiscais do (des)governo Temer subirão de forma ainda mais gravosa. Chegaremos em breve à insolvência e paralisia de serviços públicos numa conjuntura de depressão econômica, na qual parcelas significativas das classes médias estão se proletarizando e não terão a oferta de serviços básicos do SUS (contra os quais vociferavam) e demais atendimentos do Estado, em processo de contínuo ataque e sabotagem pelos neoliberais tresloucados e suas fórmulas mágicas de acabar com a pobreza aniquilando os pobres.

10.5 Ou seja, quando (quase) todos/as estiverem convencidos de que não há saída, os luminares de tais catástrofes, com o cinismo peculiar, oferecerão a redenção do caos por eles promovido.

10.6 Então, ouviremos em cadeia nacional, um representante das oligarquias (seus porta-vozes, por exemplo) apresentar, como salvação única e emergencial, a entrega da Petrobras, do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal, das terras, ares e mares, quer dizer, de tudo, ao Grande Irmão do Norte, que, justificadamente, em sua imensa... (imagem desloca-se para o real mandante; opção de áudio original em inglês ou dublagem):

“Afeição por esses tristes tópicos, assumirão o sacrifício de gerir aquilo que os brazucas são incapazes. É claro que haverá custos para tomarmos essas responsabilidades. O pedágio, naturalmente, conduzirá à transformação dessas terras do Sul em protetorados. E para que esse povinho selvagem seja, finalmente, civilizado, distribuiremos cursinhos de inglês online gratuitos, cuja única lição será aprender a dizer: ‘Yes, sir!’. Não é uma maravilha?”, indaga envaidecido o Tio Sam.

10.7 Teremos o coro uníssono de patOtários ecoando Brasil afora a lição gentilmente ensinada: “Yes, sir!”

10.8 O analfabetismo político tem cura. O caos foi meticulosamente planejado para, ao final, aparecer com a “única resposta” ao problema que interessa às oligarquias internacionais e suas subalternas “nacionais” em nosso território.

10.9 Não somos obrigados a passar por todas as etapas do golpe e, bovinamente, ficarmos lamentando a fascistização do país.

10.10 Vamos resistir?

Veja aqui a segunda parte




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