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PLENÁRIA CNTE | Como foi a plenária da CNTE?

No luxuoso Hotel Nacional em Brasília, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação realizou nos dias 7 e 8 de agosto sua 2ª Plenária Intercongressual.

Danilo ParisEditor de política nacional e professor de Sociologia

quarta-feira 12 de agosto de 2015 | 00:00

Celebrando 25 anos de sua fundação, essa confederação dirigida pela CUT e pelo PT, demonstrou que está de costas para os trabalhadores da educação e aliada aos projetos neoliberais.

Deveria ser óbvio que se expressasse na CNTE, confederação nacional que congrega 49 sindicatos da educação, a onda de greves dos trabalhadores que chegou a ultrapassar 11 estados por todo o país. Contudo essas greves, a realidades da escola pública, e os ataques promovidos pelo conjunto dos governos passaram longe da pauta desse encontro. Nenhuma só proposta de plano de luta para enfrentar os ataques do governo Sartori no Rio Grande do Sul e os cortes de Dilma à educação, ou uma campanha contra as constantes arbitrariedades e ilegalidades de Geraldo Alckmin em São Paulo.

Ao contrário disso, a temática dessa burocracia que há décadas esta encastelada nos sindicatos, foi a defesa incondicional do governo Dilma, e a aprovação de duas minutas para um projeto de lei que será encaminhado ao legislativo, que representam não só abandono completo das bandeiras dos trabalhadores da educação, mas a adoção de uma matriz reformadora e neoliberal para educação.

Nessas duas minutas estão presentes conteúdos que poderiam ser assinados até por um governo tucano. Progressão salarial a partir de provas de desempenho, jornada de trabalho de 40 horas e abandono da luta por metade da jornada exercida em atividades extra-classe, são algumas das aberrações desses projetos. Além de servir de freio para as mobilizações dos trabalhadores em educação, a CNTE da continuidade ao seu caráter como braço do governo no movimento sindical, passando a ser parte da implementação de ataques à educação. Há exemplo da CUT em metalúrgicos, também querem fazer passar um verdadeiro PPE, um Plano de Precarização de Educadores.

Adotando um programa de governo a partir do movimento sindical, a CNTE se prova com uma grande defensora da ordem e das atuais condições da precarização da educação. Sua funcionalidade, enquanto um aparato que transmite ao movimento operário às ordens e projetos da classe dominante é uma necessidade da qual o conjunto dos governos contam para continuar atacando a educação pública e os trabalhadores da educação. Superar essa burocracia é uma tarefa urgente de todos aqueles que lutam por uma educação verdadeiramente emancipadora para classe trabalhadora.




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