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DESIGUALDADE DE GÊNERO | Como a desigualdade de gênero ajuda a precarizar o futebol feminino

sexta-feira 3 de agosto de 2018 | Edição do dia

Imagem: WEIMER CARVALHO/ALLSPORTS

O Barcelona, um dos maiores clubes de futebol do mundo viajou aos Estados Unidos para realizar sua preparação visando a próxima temporada do futebol europeu.
É comum que grandes clubes do futebol europeu viagem aos Estados Unidos para fazerem suas pré-temporadas, mas dessa vez o Barcelona inovou ao unir a equipe masculina e feminina para realizarem juntos as suas preparações.

Tal iniciativa que seria vista com bons olhos, ganhou repercussão negativa nas redes sociais, em que através das postagens dos jogadores em seus perfis, foi possível perceber que os atletas da equipe masculina viajaram na classe executiva enquanto as atletas da equipe feminina viajaram na classe econômica em um voo de 11 horas.

A atitude do clube catalão só evidencia quanto o machismo ainda impera no futebol mundial, o maior exemplo é como a Copa do Mundo, a principal competição de seleções, existe diferenças absurdas da versão masculina para a feminina. Enquanto a versão masculina teve início em 1930, as mulheres só começaram a disputar o torneio em 1991, talvez esse grande intervalo de tempo, tenha contribuído para criar uma geração que associe a Copa do Mundo somente aos homens.

Nesse cenário de desigualdades, surge o seguinte questionamento, por quê clubes e federações não dão a mesma importância ao futebol feminino quanto dão ao masculino? Por exemplo, a FIFA, entidade máxima do futebol, pretende ampliar o número de seleções nas próximas edições da competição com o objetivo de vender mais direitos de transmissão para mais países e atrair novos patrocinadores. Enquanto na edição feminina do torneio, não há nenhuma previsão para atrair investimentos com o objetivo de valorizar a participação das mulheres no esporte.

A falta de reconhecimento dos dirigentes contribui para a falta de investimentos no futebol feminino, com isso, as competições delas não são transmitidas pela TV aberta, ao alcance do grande público, afastando possíveis patrocinadores e precarizando a prática do esporte para as mulheres.

Entre os dias 7 de junho à 7 de julho de 2019, será realizado na França, terra dos atuais campeões mundiais de futebol masculino, a Copa do Mundo feminina. Até lá, haverá tempo hábil para propagandear a competição, abrir os olhos do grande público para que voltem suas atenções ao futebol feminino assim como dão atenção ao futebol masculino e cobrar os dirigentes para que criem mecanismos com o objetivo de acabar essa desigualdade de gênero que ainda predomina no futebol.




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