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AGRONEGÓCIO E SAÚDE | Comida envenenada: 23% dos alimentos tem resíduo de agrotóxico acima do limite, aponta Anvisa

Dados divulgados pela Anvisa apontam que 23% dos alimentos analisados quanto ao teor de agrotóxicos foi reprovado e classificados como impróprio para consumo. Apenas com Bolsonaro, 42 novos agrotóxicos foram liberados, para colocar cada vez mais veneno na comida dos trabalhadores.

terça-feira 10 de dezembro de 2019 | Edição do dia

Foto ilustrativa

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) encontrou resíduos de agrotóxicos em níveis acima do permitido ou usados de forma equivocada em 23% das amostras de alimentos avaliadas entre 2017 e o ano passado no Brasil. Os resultados são parte do Programa de Avaliação de Resíduos de Agrotóxicos e foram divulgados nesta terça-feira, 10.

A Anvisa também afirma não haver preocupação sobre os riscos no consumo. "Não há nenhum alarde, os alimentos são seguros, dentro do que esperávamos", afirmou o diretor-adjunto da Anvisa, Bruno Rios, durante a divulgação do levantamento.

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Nas amostras em que foram encontradas inconformidades, 17,3% tinham resíduos de ingredientes ativos não permitidos para aquela cultura. Outros 2,3% tinham ingredientes ativos acima do limite permitido. Segundo o levantamento, 0,5% apresentaram ingrediente ativo de uso proibido no País. E 2,9% tinham mais de um tipo de inconformidade.

A agência também checou o risco à saúde representado por tais alimentos segundo dois critérios: agudo ou crônico. Das amostras analisadas, apenas 0,89% apresentaram potencial de risco agudo. Ou seja, seriam capazes de causar reações como dor de cabeça e náusea num período de 24 horas. Não foi constatado risco de problemas crônicos em nenhuma amostra.

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Na rodada anterior do levantamento, referente a 2013 e 2015, o porcentual de amostras consideradas insatisfatórias foi mais baixo, 19,7%. Nestes novos dados, a porcentagem de alimentos considerado insatisfatórias subiu para 23%.

Este é mais um reflexo do avanço de uma política de reprimarização da economia, se apoiando no agronegócio e no uso de substâncias tóxicas que aumentem a produtividade, gerando mais lucros a despeito das consequências na saúde dos indivíduos. Sob o governo Bolsonaro, o quadro avança, uma vez que desde que assumiu o poder liberou quase 50 novos tipos de agrotóxicos no Brasil, batendo um recorde em 2019.

Além disso, o estudo da Anvisa também mostra que não há dose segura de uso do produto.

Uma análise de dez agrotóxicos de largo uso no País encomendada pelo Ministério da Saúde e realizada pelo Instituto Butantã revela que os pesticidas são extremamente tóxicos ao meio ambiente e à vida em qualquer concentração - mesmo quando utilizados em dosagens equivalentes a até um trigésimo do recomendado pela Anvisa.

Veja também: Comida mortal: ministra da agricultura de Bolsonaro diz que agrotóxico terá "muito espaço"

A liberação de agrotóxicos, muitos comprovadamente nocivos à saúde, somada ao desmatamento desenfreado, são partes de um projeto de governo que avança para aumentar a exploração e a destruição ambiental em nome do lucro dos ruralistas. Junto à isso, além de jogar nas costas dos trabalhadores a conta da crise, com reformas e ajustes, que encarecem todos os alimentos, ainda avança para colocar na mesa dos brasileiros os mais avançados venenos do agronegócio.

Com informações de Agência Estado




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