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MINAS GERAIS | Com salários atrasados e sem pagar 13°, Zema promete ajuste e tem o STF golpista como aliado

Flavia ValleProfessora, Minas Gerais

quarta-feira 9 de janeiro de 2019 | Edição do dia

Recém empossado no cargo de governador de Minas Gerais o empresário Romeu Zema estreou sua política para os servidores sem pagar o 13° salário e mantendo o atraso de salários e o parcelamento, seguindo com a diferenciação inadmissível entre as datas do pagamento para a educação, saúde e segurança pública, preterindo mais uma vez a educação. E faz demagogia doando o seu salário de 10,5 mil reais como governador enquanto os salários estiverem atrasados, quando detém uma fortuna de quase 70 milhões de reais, apenas pelo que foi declarado.

Com a desculpa de que não teve acesso aos dados financeiros devido à transição, divulgou a escala de pagamento apenas no dia 8 de janeiro e reiteradas vezes afirmou que o 13° salário não virá tão cedo. Jogando as responsabilidades no antigo governo de Fernando Pimentel que assumia as mesmas práticas, o atual governador busca a renegociação da dívida mineira com o governo federal.

A “mágica” que Zema tenta oferecer como solução para a crise é a renegociação da dívida com a União. Porém, em troca terá que assumir planos de ajustes duros como os do Rio de Janeiro, que mantêm o estado à beira do colapso com base à tentativa de venda de estatais à preço de banana como foi o caso da empresa de água carioca (Cedae). Ou seja, ajuste fiscal para descarregar ainda nas costas dos trabalhadores a crise financeira do estado.

Para isso, Zema conta com aliados como o STF, que já anunciou o desbloqueio de R$ 443,3 milhões das contas de Minas Gerais, mais uma mostra da arbitrariedade do judiciário em atuar como fator decisório nas verbas para os estados em troca de assumirem o ajuste fiscal, programa defendido por
Zema durante toda sua campanha em sua posse.

O governador patrão também chamou, em sua posse e em entrevistas recentes, um pacto entre os mineiros e entre todas as classes. O que Zema não pode esconder, entretanto, é que não há interesses comuns entre empresários e trabalhadores, entre latifundiários e sem teto, entre grandes empresários da mineração e a população atingida pelas barragens.

Em entrevista recente, por exemplo, o governador defendeu uma política de maior intolerância com a ocupação de terras, algo criminoso sabendo que estamos em uma das capitais em que o déficit de moradias é um dos maiores do país. Enquanto isso, o governo mineiro mantém mais de R$14 bilhões de isenções de impostos para grandes empresários em Minas Gerais, política que já acontecia no governo Pimentel.

Porém, o que Zema não calcula ainda é que Minas Gerais não é uma empresa de sua posse e que entre os 22 milhões de mineiros temos quase 7 milhões de assalariados, um contingente que, se colocado em movimento superando as traições das grandes centrais sindicais como a CUT e a CTB, pode se levantar com força, junto ao movimento de mulheres, negro, LGBT, indígenas, quilombolas e das comunidades atingidas pelas barragens das grandes mineradoras.

Logo no início do ano os trabalhadores da UAI de BH, contratados pela empresa MGS, paralisaram suas atividades contra a primeira tentativa de privatização de Zema e fez o governador patrão recuar. Já está na hora das grandes centrais assumirem um plano de lutas com urgência, para que esse gigante da classe trabalhadora junto a todos oprimidos pela ganância capitalista possam impedir ataques ainda mais profundos que os do governo anterior de Fernando Pimentel.




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