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ENTREVISTA COM TRABALHADORES DOS CORREIOS | Com greve, barraram ataque ao convênio médico

O Esquerda Diário realizou uma entrevista rápida com dois dos ecetistas que estavam em greve para saber mais sobre a importância da mobilização dos trabalhadores em defesa e luta por direitos durante a greve dos Correios.

quinta-feira 15 de outubro de 2015 | Edição do dia

Esquerda Diário: Como você avalia o resultado da greve?

Natália Mantovan: "Uma das principais demandas era a defesa do nosso convênio médico, que a ECT pretendia atacar. Barramos esse ataque. Agora, o Acordo Coletivo diz que para alterar o convênio é necessária a aprovação dos trabalhadores. Nesse sentido, o resultado foi positivo, impediu uma medida de ajuste num cenário nacional em que os trabalhadores estão sendo atacados pelo governo e pelas patronais. Só foi possível impor esse recuo porque mostramos a força dos trabalhadores mobilizados nas principais bases do país, especialmente São Paulo e Rio de Janeiro, mesmo contra a vontade da burocracia sindical, como a CUT, que militou em defesa da empresa e do governo, e a CTB que foi forçada pela base a ir pra greve, e não fez nenhum esforço para impulsionar a luta para uma greve que pudesse ir por mais. Infelizmente, mesmo os sindicatos dirigidos pela esquerda, como a CSP-Conlutas e a Intersindical, não mostraram nenhum exemplo de como se organizar e enfrentar a burocracia. Acho que ainda há muito pelo que lutar, nossos salários e condições de trabalho estão muito precarizados, mas saímos fortalecidos, com perspectiva de nos reorganizar e preparar melhor as próximas batalhas."

ED: Como o MRT atuou na greve e qual papel cumpriu o Esquerda Diário?

Alexandre Brandão: "Nos lugares onde estamos, como Cotia e Campinas, tentamos dar pequenos exemplos, como realizar reuniões na nossa unidade de preparação da greve, organizar fundo de greve pra bancar nossas ações de forma independente, e defendemos a importância de se ter um Comando Nacional com delegados, que poderia ser uma medida para se contrapor as burocracias sindicais. Através do Esquerda Diário buscamos dar toda a cobertura da greve do ponto de vista dos trabalhadores, e impulsionamos uma grande campanha de solidariedade a partir de companheiros de outras categorias, como trabalhadores da USP, professores, estudantes, metroviários, bancários, dando um exemplo de como fortalecer e moralizar a luta, e mostrando como ela é importante para toda a classe, combatendo a divisão por categorias. Achamos que se toda a esquerda atuasse desta forma poderíamos avançar muito mais."




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