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Natal | Com gás de cozinha caro, mulher queima corpo com etanol e família pede ajuda

Maria Eulália, que teve filho e mãe queimados, faz uma campanha nas redes sociais para conseguir ajuda.

quarta-feira 15 de junho de 2022 | Edição do dia
Foto: Jornal Agora RN

Sem condições de comprar um botijão de gás há meses por causa dos altos preços, Maria das Dores, de 45 anos, teve queimaduras de 2º e 3º graus enquanto cozinhava com etanol. O neto dela, de 1 ano e meio, também teve queimaduras de 2º grau. O acidente aconteceu em maio deste ano, em Natal, mas os dois ainda estão internados.

A filha de Maria das Dores, Maria Eulália, precisou começar uma campanha nas redes sociais para conseguir ajuda. O quadro dos dois é estável, mas ainda não têm previsão de alta, e ambos estão com os corpos praticamente afetados por completo: Anthony com 62% do corpo queimado e Maria das Dores, com 82%.

O motivo do pedido de ajuda da filha é que, após receberem alta, os custos para cuidar de sua mãe e filho passarão muito do orçamento da família. Os itens necessários para os cuidados variam entre fraldas geriátricas tamanho M e G, fraldas infantis tamanho M, e materiais de higiene pessoal, como lenços umedecidos, pomadas para assadura e sabonete líquido.

Essa família não está sendo a única a passar por uma situação como essa. A crise econômica empurrada pelos grandes capitalistas nas costas dos trabalhadores por meio das reformas gera precárias condições de vida. Enquanto isso, a contínua privatização da Petrobras gera lucros gigantescos para os acionistas e aumenta o preço do gás de cozinha. Essa combinação tem empurrado os trabalhadores de todo o país a não encontrar outra forma senão a de recorrer ao uso de produtos mais baratos como o etanol, e por causa desses mesmos ataques, não têm nem mesmo o direito de tratar dos cada vez mais recorrentes acidentes como esse.

A tragédia destes trabalhadores não é apenas acidental. Num país onde 33 milhões de pessoas passam fome, para muitos trabalhadores pagar um botijão de gás fica quase impossível. Para que o preço do gás de cozinha não fiquem a cargo da escolha dos acionistas que lucram milhões, é necessário defender uma saúde pública e uma Petrobrás 100% estatal e sob gestão operária e controle popular.




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