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DESEMPREGO | Com desemprego em 12%, Bolsonaro sugere para quem não tem emprego: "Vai ser patrão!"

Capacho das patronais e do mercado financeiro, Bolsonaro expôs novamente seu desprezo pela classe trabalhadora e pela juventude, atingidos pelo crescimento do desemprego.

quarta-feira 7 de agosto de 2019 | Edição do dia

Foto: reprodução/YouTube.

Com seu governo conseguindo fazer avançar uma série de ataques aos trabalhadores, a juventude e o povo pobre – como a Reforma da Previdência, o programa "Future-se" do MEC e a retirada das normas de segurança do trabalho – Bolsonaro, em entrevista pelo Youtube com a jornalista Leda Nagle, se dedicou a zombar de 13 milhões de brasileiros que não conseguem emprego.

Para isso, também se dedicou a buscar defender demagogicamente o patronato, como se a culpa pela alta do desemprego fosse do "excesso de direitos trabalhistas".

Veja também: Entrevista com Pedro Paulo Bastos: A Reforma da Previdência vai prejudicar muitos os trabalhadores mais pobres

Na entrevista, Bolsonaro reafirmou: "Eu tenho falado uma coisa: o trabalhador vai ter que decidir um dia: menos direitos e emprego ou todos os direitos e desemprego". Visa criar uma massa de trabalhadores precarizados, e uma multidão de desempregados que se submetam a empregos informais, como aplicativos de celular e contratos de aperto-de-mão. Tão grande é o seu desprezo que recentemente criticou uma emenda que pune o trabalho escravo.

Bolsonaro continua seguindo o projeto de país do golpe institucional, de entrega do país ao capital estrangeiro e de profundos ataques aos direitos sociais, trabalhistas e previdenciários. O governo busca descarregar o peso da crise nas nossas costas.

Veja também: Ricos, fanáticos e corruptos: deputados preparam bateria de ataques contra os trabalhadores

É preciso tirar as lições adequadas dos últimos processos de luta como os dias 15 e 30 de maio, assim como do dia 14 de junho. O levante de milhões de jovens nos dias 15 e 30 também é reflexo do desemprego que atinge, segundo o IBGE, 30% daqueles entre 18 e 24 anos.

Essa juventude, que luta contra os cortes na educação e agora contra o brutal projeto de privatização indireta, chamado "Future-se", também é a que se vê obrigada a se submeter a trabalhos informais (freelances) e sem nenhum vínculo empregatício legal, além de que serem os mais atingidos pelas consequências da Reforma da Previdência.

Por isso, a separação imposta pelas direções do movimento estudantil e sindical entre a luta em defesa da educação e a luta contra a Reforma da Previdência foi parte fundamental em fracionar as forças de luta contra o governo de Bolsonaro. PT e PCdoB, partidos dirigentes tanto das maiores centrais sindicais do país (CUT e CTB) como também da maior entidade estudantil do país (UNE), atuaram pela contenção do movimento, separando as pautas e não organizando assembleias massivas nos locais de estudo e trabalho. O resultado dessa traição foi o dia 14 de junho, onde diversas categorias sequer paralisaram, apesar da grande disposição de luta que se sentia por locais de trabalho em todo o país.

Frente ao novo dia de lutas chamado para 13 de agosto, é preciso batalhar em primeiro lugar para que sejam organizadas milhares de assembleias em todo o país, o que é uma exigência que os que se colocam à esquerda das direções majoritárias deveriam colocar peso neste momento, como parte da batalha para que o dia 13 seja um forte dia de luta, mas também que não seja mais uma data separada de um plano de conjunto.

Também chamamos a debater a atuação da esquerda no Brasil e fazer os balanços corretos do último período. Convidamos a ler o mais recente editorial do Movimento Revolucionário de Trabalhadores (MRT) e a conhecer a juventude Faísca, que vem dando nacionalmente uma batalha para organizar o movimento estudantil contra os ataques ao conjunto da classe trabalhadora.




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