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ELEIÇÕES | Com a proibição de doação das empresas, financiamento das campanhas despencam

quinta-feira 4 de agosto de 2016 | Edição do dia

No primeiro turno, cada campanha para a cidade de São Paulo terá teto de R$ 45,4 milhões, estipulado a partir de 50% do valor da candidatura mais cara nas eleições de 2012 (no caso a candidatura do atual prefeito Fernando Haddad, que teve gasto de R$67 milhões, cerca de R$90 milhões em valores atualizados).

Com a proibição, o valor projetado para a arrecadação das campanhas a prefeito na cidade despencou em relação ao ano passado. A campanha de Marta Suplicy (PMDB) estima arrecadação de até R$ 10 milhões, enquanto os petistas têm expectativa de chegar a, no máximo, R$ 22 milhões.

Entretanto, como podemos ver mesmo com a delimitação de um teto, as “modestas” campanhas mantêm-se num patamar milionário, perpetuando os limites que fazem do nosso sistema eleitoral antidemocrático. Mesmo sendo proibidas as doações por parte de pessoas jurídicas, continuam válidas as doações de pessoas físicas, com a restrições de 10% do patrimônio declarado no ano anterior. E ilimitadas, desde que respeitando o teto, para recursos advindos do próprio bolso.

Os comitês, para obterem recursos além do fundo partidário, miram nas doações de “investidores amigos”, e a criação de plataformas online para a arrecadação de doações de “pessoas físicas comuns”. Entretanto, num cenário de crise econômica, e também política representada pela crise de representatividade que passa o sistema, os comitês de campanha não possuem grandes expectativas de que o eleitor comum irá colocar a mão no bolso para financiar um candidato.

Assim mesmo com a proibição do investimento de empresas, os capitalistas continuam a fazer valer seu poder econômico, sendo cortejados pelos políticos, ou eles mesmo se lançando à vida pública, como no caso do candidato João Dória, cuja campanha já anunciou será bancada em grande parte por ele mesmo.
Nesse sentido ficam explícitos os limites da democracia burguesa, legitimada na convocação de quatro em quatro anos da população para fazer ouvir sua voz por meio do voto, mas tratando-se da sua escolha, na verdade, de cartas pré-determinadas pela burguesia.

Se os capitalistas contam com o dinheiro para subordinar a política a seus interesses, como já dizia Marx, “o Estado nada mais é do que o balcão de negócios da burguesia”, a classe trabalhadora dispõe somente de sua energia e seu entusiasmo para fazer difundir as suas ideias subversivas. Assim, convidamos a todos e todas a conhecerem nossas candidaturas a vereadores em diversas cidades, e fortalecerem com sua disposição em cada local uma voz anticapitalista, independente e da classe trabalhadora.




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