×

METRÔ DE SÃO PAULO | Com a força da greve, trabalhadoras da Higilimp conquistam suas reivindicações

Na manhã dessa quarta-feira, 13, foi realizada uma negociação na SRTE (Superintendência Regional do Trabalho e Emprego) onde os trabalhadores em greve da empresa terceirizada de limpeza Higilimp obtiveram o pagamento dos salários que estavam atrasados em reunião com os representantes da empresa, dos trabalhadores em luta, do Sindicato dos Metroviários de SP e da Siemaco, sindicato filiado a UGT e que representa legalmente os trabalhadores da limpeza da capital.

sexta-feira 15 de janeiro de 2016 | 09:15

Além do pagamento dos salários atrasados, também impuseram em ata de reunião o pagamento dos dias paralisados e a garantia de não haver retaliação aos envolvidos na greve. O pagamento dos benefícios atrasados (VR, VT, cesta básica) não foram regularizados ainda, mas a Higilimp assumiu o compromisso de regularizar até o final do mês de janeiro.

Essas bravas e bravos lutadores conseguem assim dar um importante exemplo de luta já no começo do ano, apontando o caminho para um ano que promete ser de duros ataques aos trabalhadores e onde atrasos e irregularidades no pagamento de salários e benefícios tendem a ser cada vez mais comuns. Também deram um exemplo ao não acatar o parcelamento dos salários negociado entre a empresa e sindicato patronal SIEMACO e, com a força de sua mobilização, impuseram sua vontade à diretoria do sindicato. Hoje elas voltaram a dobrar o sindicato e primeiro impuseram a presença de uma funcionária na reunião de negociação, inicialmente planejada para ocorrer somente entre os representantes legais, e depois barraram a escolha dessa trabalhadora feita pelo representante do sindicato patronal, escolhendo elas mesmas quem deveria participar, não cedendo ao burocratismo e autoritarismo da SIEMACO. Devido a pressão, a SIEMACO afirmou que estará diariamente no escritório central da Higilimp no Metrô para averiguar irregularidades e garantir o pagamento dos benefícios atrasados.

A SIEMACO é filiada a UGT, uma central sindical completamente alinhada aos interesses dos empresários e dos patrões onde boa parte de seus diretores são filiados a partidos burgueses como o PSD de Kassab e o PPS, que faz parte da base aliada do PSDB na maioria dos locais onde este governa. Também é célebre o caso do tiroteio nas eleições do Sindicato de motoristas de ônibus de SP, onde a UGT disputava com a também patronal NCST o controle do aparato sindical, mostrando claramente do que os burocratas podem ser capazes para defender seus interesses.

A corajosa greve desses trabalhadores terceirizados contou com um importante apoio dos metroviários através do Sindicato dos Metroviários, do Metroviários pela Base (corrente sindical do Metrô integrada pelo MRT e independentes) e diversos outros ativistas e trabalhadores que mobilizaram-se para apoiar a greve. Também ofereceu importante apoio o SINTUSP, que lançou nota de apoio e enviou delegação para a reunião de negociação ontem. São exemplos de rompimento com a lógica corporativista que predomina na categoria metroviária e em diversas outras, que limita os trabalhadores a lutas sindicais rotineiras, fragilizando-os e impedindo que conquistas como a de ontem aconteçam mais frequentemente. Precisamos saudar fortemente os guerreiros e guerreiras que conseguiram avançar com sua luta mesmo com todas essas dificuldades e aprender com sua coragem que é a unidade dos trabalhadores o único jeito de obtermos nossas demandas.




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias