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ECONOMIA | Com PIB baixo, "otimismo" de Meirelles se baseia em ajustes, cortes e aumento de juros

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, declarou nesta terça-feira (17), no Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, que o governo vai revisar a estimativa para o PIB de 2017 nas próximas duas semanas. Meirelles e Temer mostram que estão dispostos a passar por cima de cada trabalhador e jovem brasileiro para conquistar o apoio necessário para aprovar medidas impopulares do governo no Congresso e assim retomar os investimentos do mercado financeiro internacional e o crescimento econômico no país, em base a exploração e privatização.

terça-feira 17 de janeiro de 2017 | Edição do dia

Foto: Rodolfo Buhrer/Reuters

O ministro foi à Davos levar a mensagem ao mercado internacional de que o Brasil vai avançar nos ataques contra a população para tentar garantir a retomada do crescimento econômico. As reformas de Temer, como a PEC que fixa o teto dos gastos e a Reforma da Previdência são as maiores apostas do governo.

Além de Meirelles, estarão no Fórum o presidente do Banco Central e economista-chefe do Itaú Unibanco, Ilan Goldfajn, os ministros do Desenvolvimento, Marcos Pereira, de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

O Fundo Monetário Internacional (FMI), na segunda-feira (16) estimou que o Brasil deve crescer apenas 0,2% neste ano - menos do que o 0,5% previsto pelos economistas consultados pelo Banco Central (BC) brasileiro em sua pesquisa semanal Focus, valor próximo de uma possível estagnação econômica.

Em entrevista exclusiva à Bloomberg News, aonde falou sobre a revisão da estimativa do BIP nas próximas duas semanas, no entanto, Meirelles não detalhou se projeção será revisada para baixo. Questionado se o Brasil vai cortar sua expectativa de avanço de 1% para um número mais em linha com as previsões do mercado e do Fundo, o ministro disse para "esperar para ver". Ele também afirmou que o crescimento em 2017 apresentará um "número baixo porque a recessão profunda e a base estatística levarão esse número para baixo".

A retomada da expansão econômica, segundo o ministro, começa a ocorrer neste primeiro trimestre de 2017 e acelerará ao longo do ano, chegando a 2% no quarto trimestre de 2017 ante 2016. "Na comparação anual será inferior, devido a profunda recessão. Estimativas de mercado apontam para cerca de meio ponto porcentual", disse Meirelles.

Meirelles afirmou que o governo Temer possui uma base maior no congresso para aprovar os ajustes fiscais do que possuía o PT. Ele apresentou otimismo de que a reforma da Previdência seja aprovada no Senado no fim de maio ou início de junho, e caso a proposta fique parada no Congresso devido a grande oposição à reforma que eleva para 65 anos a idade mínima de aposentadoria para homens e mulheres, com requisito mínimo de 25 anos de contribuição ao sistema, e elimina o acumulo de pensões, o governo já preparou um plano B que inclui corte de despesas, incentivos fiscais e em último caso aumentar os impostos.

Meirelles disse que o compromisso de Temer de não concorrer nas eleições presidenciais de 2018 torna mais fácil para o governo negociar reformas impopulares com o Congresso.

Por mais que Henrique Meirelles tente gerar um otimismo no mercado internacional em relação às expectativas econômicas, a piora das condições de vida do povo brasileiro é evidente e pode ser observada no dia a dia dos milhões de desempregados pelo país, no aumento do número de moradores de rua, etc, enquanto empresários e banqueiros continuam enriquecendo.

Para responder ao baixo crescimento, fruto da crise internacional, o governo está literalmente colocando o Brasil "à venda", chegando a anunciar a privatização de áreas estratégicas, como o controle do espaço aéreo. Ao mesmo tempo que aprovando as reformas que atacam os direitos sociais e trabalhistas para tornar o mercado de trabalho mais "atrativo" a exploração internacional. Esse processo é acelerado devido, também, às incertezas colocadas pelo primeiro ano com o novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

A projeção de uma possível retomada do crescimento da economia brasileira é muito baixa. Na realidade a situação tende a se manter ou mesmo piorar. Meirelles e Temer mostram que estão dispostos a passar por cima de cada trabalhador e jovem brasileiro para conquistar o apoio necessário para aprovar medidas impopulares do governo no Congresso e assim retomar os investimentos do mercado financeiro internacional e o crescimento econômico no país, em base a exploração e privatização.




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