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CHUVAS EM MG | Com 53 mortes pelas chuvas em MG, Bolsonaro gastou 1/3 dos recursos de prevenção de desastres

Chegado o período das chuvas, diversos estados do país vem sofrendo uma série de perdas materiais e humanas. Longe de ser um problema oriundo de “causas naturais”, os governos estaduais e também Bolsonaro são cúmplices das vítimas fatais, dos desaparecidos e desalojados.

quarta-feira 29 de janeiro de 2020 | Edição do dia

Segundo a Folha de São Paulo, até essa terça-feira foram relatadas 53 mortes no estado de Minas Gerais por conta das chuvas. Quase 30 mil famílias estão desabrigadas ou desalojadas e perderam seus pertences, enquanto dezenas de pessoas estão desaparecidas.

As chuvas torrenciais, um fenômeno meteorológico previsível no verão brasileiro, se tornam cataclismos assustadores com governos que só beneficiam uma parcela da população, os empresários.

Além da cumplicidade do governo de Minas Gerais, de Romeu Zema (Novo), com as perdas na região, o governo Bolsonaro é co-responsável pelo descaso com a vida da população. Dos R$ 309 milhões reservados à política de prevenção à desastres em 2019, o governo gastou não mais que R$ 99 milhões.

Comparado a anos anteriores, o valor total já seria bastante baixo, comparado aos R$ 4,2 bilhões de 2012, ainda assim Bolsonaro não utilizou os recursos para prevenir justamente as enchentes, os riscos de assentamentos precários e com obras de prevenção ou manejo das chuvas. É o menor gasto com prevenção em 11 anos.

Do valor total disponível, R$ 167 milhões que deveriam ser utilizados para prevenção de cheias e enchentes não foram investidos pelo governo. Após a tragédia, o governo estadual de MG disponibilizou R$ 90 milhões para responder aos acontecimentos dessa semana, mas não exime de responsabilidade pelas vidas perdidas graças a falta de prevenção.

Nessa matéria, tivemos acesso a relatos de moradores de Minas Gerais sobre a situação. Dentre elas, Gilberto do Carmo Silva, de 41 anos, falou pela última vez com a sua mãe, Marlene do Carmo Silva, de 58 anos, por volta das 20h de sexta-feira. "Me falou que estava tudo bem", lembrou o pedreiro. "Minutos depois, um amigo me ligou, dizendo que precisavam de mim no bairro, que havia acontecido uma tragédia. Não passou pela minha cabeça que era isto", rememorou, emocionado.

A mãe dele e três irmãos morreram em um deslizamento de terra no bairro Vila Bernadete, no Barreiro, em Belo Horizonte. O pedreiro, enquanto recebia o conforto de amigos, afirmou ser difícil saber o que vai fazer daqui pra frente. "Não sei. Minha mãe era o nosso suporte. Todos nós nos ajudávamos. Só Deus. É uma dor que não vai passar".

É mais um ano em que esse tipo de situação se repete. Trabalhadores e o povo pobre são as maiores vítimas das chuvas do verão e os governos que passaram o ano inteiro beneficiando empresários de todas as formas possíveis sempre lamentam profundamente o ocorrido e buscam formas mais ou menos cínicas de mostrar para a opinião pública como se preocupam com os atingidos. Mas não enganam ninguém e tem suas mãos sujas de sangue.

Enquanto as vítimas de Brumadinho vivem há um ano o mesmo dia em que romperam as barragens na região, fazendo centenas de vítimas, deixando um legado traumático e depressivo para a população, a receita de Zema e Bolsonaro, junto ao poder Judiciário e seguir perdoando a Vale, assumindo junto com eles a responsabilidade pelas vidas perdidas.

O enorme descaso com a vida dos trabalhadores e do povo pobre necessita de uma enérgica resposta por parte do conjunto da população. Somente estatizando as megamineradoras e colocando sob gestão dos trabalhadores, junto com um plano de obras públicas, que ofereça emprego para essa população, que será possível de fato combater os interesses dos capitalistas que geram um metabolismo nefasto com os fenômenos naturais. Não culpemos as chuvas, pois elas sempre existirão e são completamente previsíveis. Culpemos os governos e os capitalistas, que nada mais querem além de salvar seus lucros frente a crise capitalista, às custas da vida da população.




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