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ESTADOS UNIDOS | Chantagem de Trump frente ao DACA: duro ataque aos imigrantes

Para suspender o fim do DACA que ameaça com deportação milhares de sonhadores, Trump condiciona a construção do muro com o México, agilidade para expulsão de menores imigrantes desacompanhados e endurecimento para obtenção do visto.

terça-feira 10 de outubro de 2017 | Edição do dia

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou neste domingo uma série de reformas antiimigrandes, as quais colocou como condicionantes para negocial a suspensão do programa Ação Diferenciada para as Chegadas Infantis (DACA) que permite que imigrantes que chegaram como menores de idade ao país de permanecer legalmente nele.

No começo de setembro, em sintonia com suas políticas xenófobas e racistas, Donald Trump decidiu terminar com o DACA, colocando em perigo de deportação 800 mil jovens que moram nos Estados Unidos, muitos deles sem lembrança nenhuma da sua vida em outro país.

Mas, frente ao impacto da medida e a pressão do Congresso e da população, a resolução da medida foi prorrogada por seis meses. Agora, como forma de chantagem, Trump apresenta uma série de medidas, que representam um duro ataque aos imigrantes, para negociar.

O que pede Trump em troca do DACA?

As demandas são: a aprovação do financiamento para a construção do muro na fronteira com o México, facilitar as expulsões de menores desacompanhados que chegam ao país ilegalmente; limitar e reduzir as autorizações de residência ou “green cards” para Cônjugues e filhos menores de idade daqueles que já vivem nos EUA e estabelecer um sistema meritocrático (por meio de pontos) para este cartão e; reduzir a política “excessiva” de asilo.

Além disso, para garantir os pontos anteriores, o governo Trump exige a contratação de 1000 agentes mais para o Escritório de Controle de Imigração e Aduanas (ICE) e 300 fiscais federais adicionais; somada à retirada de fundos para as chamadas cidades santuário, em particular Los Angeles e Nova York, se se negam de cumprir as políticas ou facilitar as informações.

Finalmente, como parte do plano de financiamento destas políticas, o documento apresentado propõe um aumento do custo do visto requerido para a entrada no país.

Com estas medidas, Trump pretende recuperar terreno e aprofundar sua política antiimigrante, resgatando uma das propostas centrais da campanha: a construção de um muro na fronteira sul, rechaçada até o momento pela maior parte do Congresso estadounidense.

Xenofobia e o racismo para justificar medidas e exploração

Voltando aos argumentos xenófobos de que os imigrantes são delinquentes ou terroristas e que são eles os que ameaçam as condições de vida dos trabalhadores estadounidenses e não a insaciável sede de lucro dos capitalistas que agudizam em todo o mundo as condições de exploração, o governo Trump declarou que estas medidas tem três objetivos: as admissões “seguras e legais”, defender a “segurança” do país e “proteger os trabalhadores e contribuintes estadounidenses”.

As defesas de Trump querem ocultar que são planos de exploração e intervenção imperialista que este país já exerceu, em particular com a América Latica e a violência patrocinada através do combate militarizado ao “narcotráfico”, as que tem agudizado as condições de miséria e insegurança que forçaram milhares de pessoas a saírem do México e da América Central, incluindo crianças que têm que enfrentar o inferno do cruzamento das fronteiras com a intenção de salvar suas vidas.

Mesmo caso no aumento das solicitações de asilo, de pessoas que fogem de países em conflito, onde o governo dos Estados Unidos intervém militar, política e economicamente.

Frente a estas políticas precisamos ser milhares de vozes que cheguem de um lado e do outro da fronteira em defesa dos imigrantes.




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