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BRASIL ESPANHA | Chanceleres de Brasil e Espanha debatem a partilha dos recursos nacionais brasileiros

O ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel García-Margallo, chegará amanhã a Brasília, onde debaterá com o chanceler Mauro Vieira temas da agenda com o Brasil, entre eles o fortalecimento do comércio bilateral.

quarta-feira 17 de junho de 2015 | 00:00

Segundo uma nota divulgada nesta terça-feira pelo Itamaraty, os ministros participarão da II Reunião da Comissão Ministerial de Diálogo Político Brasil-Espanha, que terá a cooperação na área de comércio como um de seus assuntos centrais.

No ano passado, a corrente comercial bilateral foi de US$ 7,16 bilhões, mas os dois governos consideram que esse número pode aumentar a curto prazo, em função do tamanho e o potencial das economias espanhola e brasileira.

Durante uma visita que o vice-presidente Michel Temer fez a Madri em abril, os governos se comprometeram a buscar novas vias comerciais, com a meta de duplicar os investimentos recíprocos até 2025.

Durante a visita de García-Margallo, também serão analisados os possíveis novos projetos de investimento, no caso do Brasil nas áreas de ferrovias, estradas, portos e aeroportos.

Fontes oficiais disseram que Vieira apresentará a García-Margallo os detalhes de um novo programa para a construção de infraestruturas anunciado pelo Brasil neste mês, que abrange projetos estimados em US$ 64 bilhões.

O Brasil é o segundo destino mundial dos investimentos espanhóis, depois do Reino Unido, com cerca de 60 bilhões de euros distribuídos em praticamente todas as áreas da economia brasileira.

Segundo a nota do Itamaraty, no encontro entre García-Margallo e Vieira também serão discutidos os planos de cooperação que já existem nas áreas de educação e ciência e tecnologia, assim como programas de cooperação com terceiros países.

O governo do PT (através do seu ministro do PMDB, Temer) está restabelecendo um dos mais notáveis atributos dos anteriores governos neoliberais: a entrega de grandes porções da economia nacional a distintos países, como os EUA, a China e o Estado espanhol. Esta é sua resposta para enfrentar as dificuldades deste fim de ciclo reformista que ajudou o crescimento econômico latinoamericano na década de 2000.

Joaquim Levy, ministro da Fazenda de Dilma, já oferece a mao de obra terceirizada em comícios empresariais em Nova Iorque. O Programa de Investimento em Logística (PIL2) de Dilma lança a leilão a infraestrutura de portos, aeroportos, rodovias e ferrovias ao capital estrangeiro, especialmente o chinês, que em sua última visita selou a construção da ferrovia transoceânica entre Brasil e Peru. O Estado espanhol, que tem grandes empresas de energia e telecomunicações no país, não quer ficar de fora desta partilha dos recursos econômicos brasileiros.

O entreguismo petista chega ao ponto de discutir com a delegação espanhola a continuidade da participação brasileira na Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah), missão da ONU chefiada pelo Brasil, em que recentemente foi denunciada a exigência de serviços sexuais em troca de "ajuda humanitária" por parte do Exército.

Esquerda Diário/EFE




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